Uma vacina contra a Covid-19 pode ser liberada para algumas pessoas no Reino Unido antes do Natal, porém um lançamento no início de 2021 é o mais provável, declarou a chefe da Força-Tarefa de Vacinas do país, responsável pela compra de possíveis imunizantes no governo britânico nesta quarta-feira (28).
“Se as primeiras duas vacinas, ou qualquer uma delas, mostrarem que são seguras e eficazes, acho que há uma possibilidade de que a disponibilização da vacina comece antes do Natal. Mas, se não, acho que é mais realista esperar para o início do ano que vem”, disse Kate Bingham à BBC.
De acordo com a Agência O Globo, Bingham afirmou ainda que uma vacina totalmente eficiente pode nunca ser desenvolvida e que quaisquer versões iniciais que consigam aceitação podem não funcionar para algumas pessoas.
Até o momento não existe nenhuma vacina contra a doença aprovada clinicamente, porém quase 200 candidatas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo, e resultados de testes de estágio avançado das primeiras delas são esperados até o final deste ano.
"Entretanto, não sabemos se um dia chegaremos a ter uma vacina. É importante se resguardar da complacência e do excesso de otimismo", escreveu Bingham, em um artigo publicado nesta madrugada no periódico médico The Lancet. "A primeira geração de vacinas provavelmente será imperfeita, e deveríamos estar preparados para elas não prevenirem infecções, e sim reduzir sintomas e, mesmo assim, podem não funcionar para todos ou por muito tempo".
Kate falou que a Força-Tarefa de Vacinas reconheceu que "muitas, e possivelmente todas estas vacinas, podem fracassar", sobrepondo que o foco está naquelas que se espera provocar reações imunológicas em pessoas com mais de 65 anos.
Além disso, a chefe da Força-Tarefa de Vacinas do Reino Unido alertou que a capacidade produtiva global de imunizantes está muito aquém das bilhões de doses que são necessárias, e que até agora a capacidade produtiva britânica tem sido "igualmente escassa".