Um morador do bairro do Marmeleiro espera há quase 15 dias por uma cirurgia no fêmur. Edson Silveira Mello, de 90 anos, sofreu uma fratura na perna no dia 8 de setembro e foi encaminhado para o Pronto Atendimento de Mairinque, onde foi constatado a enfermidade. Como o tratamento da lesão deveria ser cirúrgico, o aposentado foi encaminhado para o Hospital Regional de Sorocaba, onde a operação deveria ser realizada.
Segundo um membro da família do aposentado, ao ser atendido por um ortopedista do hospital sorocabano, o médico informou que a instituição não dispunha de vagas para operações naquele momento e mandou o paciente para casa, até que o hospital tivesse uma vaga. Desde então, a família espera por uma resposta e vê o quadro de Edson se agravar a cada dia, em decorrência da sua fratura.
Segundo a filha do paciente, a saúde do seu pai se deteriorou muito desde a fratura na perna, o que fez com que a família tivesse que levá-lo diversas vezes para o Pronto Atendimento de Mairinque, para tratar de outras enfermidades decorrentes do trauma. Além da saúde debilitada, as idas até o hospital acabam sendo um tormento para o aposentado. “É um sofrimento ter que deslocar ele, por conta da dor que ele sente na perna. Ele chega a gritar de dor”, afirma.
Em resposta ao questionamento do Jornal da Economia sobre o caso em questão, a Secretaria Municipal de Saúde de Mairinque afirma que está acompanhando o caso do Sr. Edson Silveira. Como não dispõe de condições de efetuar cirurgias de alta complexidade, o Pronto Atendimento (PA) do município encaminhou o paciente, dentro da prioridade da central de vagas, para o Hospital Regional de Sorocaba que serve de referência para a cidade. Portanto, a remoção do paciente para outro hospital da região poderia gerar uma espera ainda maior par a cirurgia. Nesta quarta-feira, dia 24, uma enfermeira do Posto de Saúde do Bairro da Granada realizou uma visita domiciliar a residência do Sr. Édson e fez diversas orientações aos familiares do paciente que continua acamado.
A secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que responde pelo Hospital Regional de Sorocaba, também foi questionada sobre o caso e, em nota, nos foi informado que o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) afirmou que o paciente Edison Silveira Melo recebeu atendimento na unidade no dia 08/09, quando passou por avaliação e, por não apresentar um quadro de urgência ou emergência, a cirurgia que ele necessita foi classificada como eletiva. O motivo da espera não tem relação com uma suposta “falta de vagas”. O paciente precisa de uma prótese específica para o fêmur. O processo para aquisição desta prótese, que é importada, já está em andamento e a cirurgia deve ocorrer na primeira quinzena de outubro.
Também nos foi informado que a equipe médica que avaliou o avaliou o paciente determinou que este aguarda-e a cirurgia em casa para evitar possíveis riscos, como infecção hospitalar. A CHS também esclarecer que, como qualquer unidade pública ou privada de saúde, a CHS precisa dar prioridade à pacientes em situação de risco e que necessitam de cirurgias emergenciais, o que não é o caso da paciente.