16/06/2020 às 14h06min - Atualizada em 16/06/2020 às 15h53min

PF faz buscas em investigação contra atos antidemocráticos

Apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro estão entre os alvos da operação

- Foto: Reprodução / Luiz Tito
Fonte: CNN Brasiç

Agentes da Polícia Federal realizaram nesta terça-feira (16) uma grande ação com o cumprimento de 26 mandados contra 21 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.

A operação está ligada ao inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos antidemocráticos. Durante a iniciativa, foram feitas buscas nas casas do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e do youtuber bolsonarista Allan dos Santos durante a manhã.

As buscas foram requeridas pela Procuradoria Geral da República PGR e determinadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

Segundo uma fonte da PGR, os mandados desta terça teriam sido pedidos ao STF há cerca de duas semanas e entre os alvos da PF estão os youtubers bolsonaristas como Ravox Brasil e Fernando Lisboa, além de Sergio Lima, marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido em formação do presidente Jair Bolsonaro, além do advogado Luís Felipe Belmonte, também ligado ao Aliança pelo Brasil.

Segundo fontes da PF outros alvos da operação seriam Emerson Teixeira, professor no Distrito Federal e apoiador de Bolsonaro, o blogueiro e apoiador do presidente, Alberto Silva e o empresário Otávio Facuri, que já admitiu ter financiado manifestações a favor do governo.

O deputado Daniel Silveira prestou depoimento na superintendência da PF, em Brasília, depois de os agentes da polícia irem à sua casa. Assessores disseram que permaneceu em silêncio por não ter conhecimento dos autos do inquérito.

"Polícia Federal em meu apartamento. Estou de fato incomodando algumas esferas do velho poder. E cada dia estarei mais firme nessa guerra! Ah! E não nos esqueçamos nunca: #NaoMexamComWeintraub Força & Honra!"  escreveu o parlamentar numa de suas redes sociais, sobre a operação. Agentes da PF saíram do local com documentos, celulares e computadores.

Esta não é a primeira vez que Silveira é alvo da PF. Na operação que deflagrou o inquérito da fake news, o deputado do PSL foi intimado a depor, mas informou, por meio das redes sociais, que não iria comparecer. 

Allan dos Santos também foi alvo de mandados de busca e apreensão também no inquérito das fake news. Na época, ele se defendeu, disse que não recebe dinheiro público e que nada contra ele será encontrado na investigação.

Policiais também estão na sede do Terça Livre, site mantido por Santos. Em nota publicada no próprio site, o Terça Livre confirmou que a PF estava na casa de Allan dos Santos. “De acordo com informações recebidas, as autoridades relacionam a visita com a prisão da ativista conservadora Sara Winter.”

À CNN, o marqueteiro Sergio Lima informou que agentes da PF foram hoje pela manhã em sua casa, em São Paulo. Segundo ele, levaram seu notebook. Lima não estava em casa. O marqueteiro disse que estava em voo entre a capital paulista e Brasília. Ele afirmou ainda que, apesar de estar tranquilo, "a operação é um pouco constrangedora".

Ravox Brasil usou o Twitter para comentar a ação da PF. "A Policia Federal acabou de sair da minha casa, a pedido de Alexandre de Moares (STF). Estou sem os equipamentos de gravação e transmissão, além do meu celular. Estamos sendo censurados por uma instituição que deveria fazer justiça ao encontro de cidadãos de bem", escreveu.

O YouTuber Fernando Lisboa publicou um vídeo na plataforma dizendo que usou um computador velho que tinha. “Na data de hoje, dia 16/6 de 2020, às 5h, a PF esteve na minha casa e levou meu computador, meu celular. Estou incomunicável, mas não tenho nada a temer”, disse. Ele chorou ao dizer que sua mãe e sua mulher presenciaram a operação.

Outro alvo da operação da PF foi a blogueira Camila Abdo, ex-assessora do deputado estadual Coronel Nishikawa, (PSL-SP). Ela afirmou à CNN que duas agentes estiveram na sua casa, às 6h, foram educadas e levaram dois celulares e um computador. Ela disse que prestou depoimento por cerca de 10 minutos à PF.

Em sua conta no Twitter, Camila publicou um vídeo em que fala sobre a ação da PF e mostra o mandado de busca e apreensão apresentado para ela. “Não tenho nada para falar da PF (...) só que assim, estamos sendo caçados. Só tenho uma coisa a falar para o senhor presidente Jair Messias Bolsonaro: a gente está junto até o final”, afirmou Camila, no vídeo.


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