Documento vazado diz que mortes por Covid-19 nos EUA podem chegar a 3 mil por dia até junho

O número de infeções diárias nos Estados Unidos pode aumentar em até oito vezes, gerando 3 mil mortos diarios até o final de maio.  A informação é de um documento interno do Centro de Controle de Doenças (CDC) nos Estados Unidos e que foi vazado à imprensa do país. Atualmente a média diária dos óbitos no pais é de cerca de 2 mil, que o torna o mais atingido pela pandemia de Covid-19.

Segundo as reportagens do New York Times e do Washington Post, os cálculos do CDC se baseiam no fato de que alguns estados e distritos não tomaram medidas enérgicas para conter a disseminação do Sars-Cov-2, ou relaxaram precocemente as medidas de prevenção. Nos EUA, a responsabilidade pelas medidas de combate à doença estão, em grande parte, a cargo dos governos estaduais e das autoridades locais.

Um professor de epidemiologia da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, consultado pelo "Washington Post", informou que o documento vazado à imprensa se baseia em dados de uma ampla variedade de possibilidades e de modelos que foram apresentados ao CDC como um trabalho ainda em andamento.

A Casa Branca minimizou o vazamento dos dados, afirmando se tratar de um documento interno que não havia sido coordenado com outras autoridades e que ainda não sido submetido à equipe do presidente Donald Trump.

Em todo o país, 1.015 mortes foram registradas nesta segunda-feira, o menor número de óbitos diários desde o início de abril. Até o momento, foram registradas mais de 1,1 milhão de casos e mais de 68 mil mortes em decorrência da Covid-19 no país, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Com os dados, o presidente americano informou que o número de vítimas da doença no país pode vir a passar de 100 mil, embora venha pressionando o retorno a normalidade e reabertura econômica do país, cujas eleições ocorrem em novembro.

A maioria dos prognósticos para os resultados da pandemia os Estados Unidos tem sido mais sombrios do que os apontados pelo governo americano. Outro modelo estatístico mencionado como referência pela própria Casa Branca fez uma revisão de suas estimativas, afirmando que o número de óbitos pode dobrar nos EUA nos próximos meses, enquanto o Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington estima que 135 mil americanos devem perder suas vidas até o início de agosto em razão do relaxamento das medidas de prevenção e do aumento da movimentação de pessoas em 31 estados até o dia 11 de maio.