Polícia investiga morte de recém-nascido em Santa Casa de São Roque

Arquivo JE

A Polícia Civil começará a investigar se o falecimento de um recém-nascido na Santa Casa de São Roque foi causado por falha da equipe médica. Nesta segunda-feira (22), os familiares da gestante registraram um boletim de ocorrência por morte suspeita na delegacia do município.

Em entrevista ao Portal G1, Luiz Antônio dos Santos, pai do recém-nascido, contou que a esposa, Rosangela Korschener Kempfer, estava grávida de 39 semanas e era absolutamente necessário que ela fosse submetida a uma cesariana por conta de seu histórico de gravidez ectópica, que é quando ocorre fora do útero.

A recomendação até constava em seu cartão do pré-natal, que foi realizado em um posto de saúde em São Roque. Apesar da obrigatoriedade, ao dar entrada na Santa Casa na madrugada de segunda-feira com contrações intensas, o médico teria forçado um parto normal.

O pai reclamou que chegou a avisar, por duas vezes, que deveriam fazer logo o procedimento, mas ninguém lhe deu atenção. Além disso, ele conta que foi impedido de entrar na sala de parto, porque não trajava a roupa adequada.

"Tive que ficar do lado de fora ouvindo ela gritar desesperadamente. Foi horrível, desumano o que fizeram com ela. Depois de forçarem muito o parto normal, fizeram a cesariana por volta das 7h e só quando deu 9h foram nos avisar que meu filho não tinha sobrevivido", lamentou.

Luiz ainda contou que, ao questionar a causa da morte do filho para a equipe médica, acabou recebendo respostas distintas e, por isso, decidiu registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.

"Um médico disse que meu filho teve uma parada cardiorrespiratória assim que nasceu, tentaram reanimar, mas ele não resistiu. Outro disse que ele foi sufocado porque o cordão umbilical estava enrolado no pescoço. Eu só sei que meu filho estava bem até forçarem o parto normal. Eu cheguei a ouvir o coração dele batendo antes da minha esposa entrar na sala de parto. É um absurdo o que aconteceu. A gente precisa de uma explicação", reclamou o pai.

Na certidão de óbito à qual a família teve acesso na Santa Casa de São Roque, consta a informação de que a causa da morte do recém-nascido é desconhecida.

Desse modo, após o registro do boletim de ocorrência, as autoridades expediram uma requisição ao Instituto Médico Legal (IML) para a constatação da causa do falecimento. O resultado do exame deve sair em um prazo de 30 dias.

Por meio de nota, o hospital informou que o atendimento prestado a Rosangela seguiu os protocolos de assistência à gestante, mas garantiu que a direção do hospital espera a chegada do laudo do IML para anexá-lo ao prontuário, que será enviado à comissão de óbitos do município para análise e parecer, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, e também à Polícia Civil.

Por fim, a direção da Irmandade da Santa Casa de São Roque reitera a solidariedade aos pais e familiares.