02/04/2019 às 14h05min - Atualizada em 02/04/2019 às 00h00min

Vereadores de São Roque debatem repasse de R$ 1 milhão para Mirage Transportes

Projeto do executivo esta sendo votado na Câmara

Da Redação: Rafael Barbosa

O Projeto de Lei enviado pela Prefeitura da Estância Turística de São Roque  para votação na Câmara  que aumenta o subsidio da Mirage Transportes em 1 milhão de reais, rendeu um grande debate entre os vereadores  durante sessão realizada, na tarde de segunda-feira (02). Um debate que deve se estender para uma audiência pública, que será realizada na Casa de Leis na quarta-feira (10) as 19h para discutir o transporte púbico municipal.

O Projeto de Lei n°19/2019, feito pelo prefeito Claudio Góes, autoriza a abertura de crédito adicional de um milhão de reais, valor que deve ser passado a Mirage Transportes. O projeto protocolado na Casa de Leis trouxe uma ampla discussão sobre o transporte público na cidade e o seu valor para o município.

Segundo o projeto a Mirage tem encontrado dificuldades para exercer sua função na cidade devido a uma série de custos que impactam diretamente no serviço, como elevação no preço do combustível e o leque de gratuidades, o que poderia afetar a continuidade do transporte público. “A partir do momento em que a operação do serviço público é insuficiente para fazer frente ao seu custo, o risco de paralisação do sistema, que tem sido sinalizado é iminente”, diz o Prefeito Cláudio Góes no projeto.

Novo aumento causa estranheza

Segundo o Vereador Guto Issa, causa estranheza que a Casa de Leis tenha que votar um novo subsidio em tão pouco tempo, sendo que a Lei das Diretrizes Orçamentarias - LDO aprovada no ano passado já previa o aumento do subsídio da empresa de R$160 mil para R$ 200 mil. “Qual foi a grande mudança ocorrida de novembro para cá?”, questiona o vereador ao apontar que, infelizmente, no momento as mudanças sentidas são a retiradas de horários nas linhas de transporte municipal.

Um pensamento compartilhado pelo Vereador José Luiz da Silva Cesar (Piniquinho), que comentou que a diferença entre 200 mil e um milhão é muito grande para que seja simplesmente aceita e que, apesar de preferir que a empresa continue a atuar na cidade, é necessário que o município tenha um plano B para o transporte público caso a situação da Mirage se torne insustentável no município. “Qualquer outra empresa, se procurada com as mesmas condições que a atual recebe, virá para São Roque. Esta empresa já provou que pretende fazer de São Roque uma maneira de ganhar o quanto ela quiser e colocou a faca no pescoço de todo mundo”, afirmou o parlamentar em seu momento na tribuna.

Subsidio ou aumento de passagem

Apesar da divergência de alguns vereadores sobre alguns pontos das falas descritas acima. A grande maioria dos parlamentares concorda em um ponto: o serviço da Mirage Transportes não está atendendo as necessidades da população, a começar pelo corte de diversos horários desde que veio a operar no município  e a diminuição de horários também nos finais de semana, reclamação que é amplamente compartilhada por munícipes através das redes sociais.

Entretanto para muitos parlamentares suprir esta demanda passa pela aprovação do subsidio, o que ajudaria a empresa a equiparar seus gastos e melhorar o atendimento sem elevar a passagem. O último aumento realizado pela empresa causou grande comoção na cidade e, caso o novo subsídio não seja aprovado, a passagem poderia ser elevada para R$7,20, segundo um estudo feito por uma empresa terceirizada contratada pela Mirage e que foi enviado a Câmara.

Um impacto que deve ser analisado, segundo o vereador Julio Mariano. “Quando se fala em subsidio temos que ver outros lados. Se a outra opção é aumentar a passagem, sou a favor do subsidio, porém o serviço precisa ser bem prestado. No momento atual (o serviço) não está a contento da população”, disse o parlamentar.

Ou resolve ou troca a empresa

Segundo Mariano, após conversa com o Prefeito, foi informado que o subsídio viria carregado de uma grande cobrança por parte do executivo e que ocorreria dentro de um prazo especifico para avaliação do serviço prestado pela Mirage. “Está aqui o vereador Etelvino e Maurinho, que viu a promessa do prefeito na nossa frente. Ele prometeu que esta nova complementação do subsidio irá até setembro e se até esta data a empresa não melhorar o serviço de maneira satisfatória o contrato será rompido e será feito um contrato emergencial e posteriormente uma licitação para a nova empresa”, afirmou o parlamentar.

A frase foi confirmada pelo vereador Etelvino nogueira, que também realizou outros apontamentos sobre o caso, afirmando que a Mirage assumiu o contrato da Viação São Roque ao entrar no município e, com isso, adquiriu os mesmos problemas da antiga companhia, que não conseguia cumprir suas obrigações com o valor arrecadado.

“Quando participávamos de reuniões sobre o caso, na época, eu comentava que se íamos trocar (a empresa) também precisaríamos rever alguns pontos como a idade de 60, arcar com os passes, subir a passagem e mexer na questão da integração. Não existe milagre”, comentou. O parlamentar afirmou que está colhendo informações sobre o caso para atuar, juntamente com os demais vereadores para encontrar a melhor saída possível para todos.

Segundo o vereador Cabo Jean, três reuniões da comissão  já foram realizadas neste ano para dialogar sobre o transporte público na cidade. “Votamos contra, o problema permanece e como fica a situação das pessoas que precisam, vão ficar a pé? Vamos fazer o que foi feito com a Viação São Roque, enterrar a empresa?”, afirmou o parlamentar, ao informar que outras empresas não se interessaram em ingressar na cidade devido a situação em relação ao transporte público.  “Quem vier para a cidade nestes moldes não aguenta”, comentou.

De acordo com o vereador Niltinho Bastos, a lei do subsidio é muito clara, dizendo que ao terceirizar o serviço de transportes, o pagamento da empresa ocorre pela passagem mais o subsidio caso ela não seja suficiente para suprir os gastos da companhia contratada. “Nós votamos o subsidio da Viação São Roque e agora vem outra empresa. Mas não vejo o nome da empresa e sim a questão da população”, completou o parlamentar.


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