07/11/2018 às 15h00min - Atualizada em 07/11/2018 às 15h07min

Polícia vai indiciar família pelo assassinato de jogador que atuava no São Bento

Edison Brittes confessou o assassinato do jogador Daniel Corrêa. Sua esposa Cristiana Brittes e sua filha Allana Brittes confirmaram versão do empresário

A Polícia Civil do Paraná informou que vai indiciar a família Brittes pelo assassinato de Daniel Corrêa, jogador profissional que atuava no São Bento sob empréstimo do São Paulo Futebol Clube. O atleta de 24 anos foi encontrado morto no dia 27 de outubro, em um matagal de São José dos Pinhais, no Paraná, com o pescoço cortado e o pênis decepado. Dias depois, o empresário Edison Brittes, de 38 anos, se apresentou à polícia e assumiu a autoria do crime, isentando a participação de sua esposa Cristiana Brittes, de 35 anos, e de sua filha Allana Brittes, de 18 anos.

O delegado Amadeu Trevisan, à frente da investigação sobre o assassinato do jogador, afirmou nesta terça-feira (6) que vai indiciar os três por homicídio qualificado, ao afirmar que eles não apenas mentiram para as autoridades, como também chegaram a ameaçar testemunhas envolvidas no caso.

 “Foram quatro pessoas que dominaram a vítima, ela estava completamente indefesa e embriagada (com 13,4 decigramas de álcool por litro no sangue, segundo a perícia). Pode ser considerado homicídio qualificado. Eles também inventaram uma história e depois mudaram a versão. Houve coação de testemunhas em um shopping. Tentaram fraudar o processo investigativo com coação de testemunhas”, disse o delegado.

Edison Brittes disse que havia matado Daniel porque o jogador tentou estuprar sua esposa Cristiana. Antes de ser preso, ele contou que ouviu sua mulher gritando em um quarto trancado e, quando arrombou a porta do cômodo, teria visto o jogador em cima da mulher, que declarou a mesma versão a polícia.

Segundo Edison ele teria agredido Daniel brutalmente e depois colocado o jogador em porta-malas do carro e o tirou da casa onde estavam, junto de três amigos. O empresário ainda contou que os amigos tentaram o impedir de cometer o crime, “mas não iam conseguir” em função do descontrole emocional que tomou conta do empresário. Edison Brittes Júnior disse que usou uma faca para matar o jogador.

Entretanto quatro testemunhas que também prestaram depoimentos nesta terça-feira (06), apresentaram uma versão diferente sobre o ocorrido. “As testemunhas não ouviram. Não ouviram pedido de socorro da Cristiana. Elas ouviram, sim, pedidos de socorro do Daniel. E a porta, eles não viram arrombamento nenhum na porta. Não existe nenhum tipo de arrombamento na porta”, afirmou o advogado Ricardo Dewis. As testemunhas não são suspeitas no caso.

Após os depoimentos, as autoridades já não acreditam na tentativa de estupro e versões apontadas pela família. "Temos que observar o lapso temporal [do crime]" afirmou Amadeu Trevisan. "Edison teve tempo de espancar a vítima, de pegar uma faca, colocar a vítima no porta-malas e se deslocar até o local do crime. Não houve violenta emoção", completou ao afirmar que a dosagem de álcool encontrada no Corpo de Daniel o impedia de se defender de qualquer ataque.

Além da família, outras três pessoas também devem ser indiciadas. O advogado da família Brittes disse que só vai se manifestar depois do depoimento do empresário Édison Brittes.


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