Os efeitos da exposição a elevados níveis de pressão sonora são bem conhecidos. Uma das principais consequências é a perda auditiva induzida por ruído e o trauma acústico –perda de audição decorrente de uma única exposição a um som muito intenso, direto e súbito, como armas de fogo, fogos de artifício, que podem destruir a membrana timpânica e lesionar as células ciliadas da cóclea.
A perda de audição pode acontecer em qualquer idade, desde os mais jovens aos muito idosos. Além disso, pode ter sua causa em doenças, genética, traumatismos encefálicos, complicações no parto e pelo contato com determinados medicamentos. Nos adolescentes, porém, a causa mais comum é a exposição excessiva a níveis de pressão sonora elevados, o que pode ser evitável, portanto, passível de ser prevenido.
Nos jovens, a perda auditiva tem um impacto negativo ainda maior na qualidade de vida, independentemente da idade, podendo levar à solidão, ao isolamento e à frustração. Entretanto, para os jovens e adolescentes em particular, além desses malefícios, a perda auditiva também afetará os processos acadêmicos, como escolhas vocacionais e, até, a autoconfiança e socialização.
O dano auditivo causado pela exposição ao som forte depende de vários fatores: a duração, o quanto intenso e forte é o som e a frequência com que ocorre a exposição. Uma perda auditiva temporária ou sintomas como zumbido e sensação de ouvido tampado podem também ser experimentados após uma exposição agressiva. Os níveis de som considerados inseguros começam com níveis de 85 decibéis (dB) durante 8 horas. A cada 5 dB de acréscimo na intensidade, o tempo de exposição máxima segura diminui pela metade culminando, por exemplo, em uma exposição de 15 minutos para um nível de 110 dB.
Há maneiras de prevenir a perda auditiva induzida por ruído em jovens e adolescentes. Entre elas estão:
Manter o volume dos dispositivos pessoais de áudio em níveis seguros. Usar protetores auditivos ao visitar ambientes com som forte, ou diminuir o tempo de exposição nas atividades com níveis sonoros potencialmente inseguros. Usar fones de ouvido de boa qualidade, pois proporcionam menor volume. Dar preferência para escutar música em ambientes mais silenciosos; em ambientes barulhentos, como metrô e rua, a tendência é aumentar o volume para competir com o ruído externo. Se outras pessoas podem ouvir a música que você está ouvindo pelos seus fones de ouvido, a 1m de distância, é sinal que está muito forte e, portanto, sua audição está em risco, pois certamente já ultrapassou os 85 dB.