20/12/2013 às 09h12min - Atualizada em 20/12/2013 às 09h12min

'O ano de 2014 promete'

É o que afirmam os prefeitos de São Roque e Mairinque, Daniel de Oliveira Costa e Rubens Merguizo Filho

Em um encontro inédito, os prefeitos Daniel Costa e Binho Merguizo falam com exclusividade sobre os doze primeiros meses de gestão e as perspectivas de desenvolvimento para a região a partir do empreendimento Parque Catarina, do novo aeroporto de São Roque e do projeto de trem de alta velocidade que ligará Sorocaba à São Paulo, e cujo início das obras está previsto para ocorrer já a partir de janeiro.

Um cenário permeado de grandes investimentos que será reforçado também pela inauguração de obras vitais nas duas cidades vizinhas: a avenida que interligará a rodovia Raposo Tavares com a avenida Aracaí, em São Roque, e a pavimentação da rodovia Mário Covas, em Mairinque, que fará a sonhada ligação entre a Castello Branco e a Raposo Tavares. O “Ano-Novo promete”, comemoram os administradores, esbanjando confiança e otimismo.

Confira, a seguir, os melhores momentos dessa conversa franca e direta realizada no início desta semana, no Gabinete do Prefeito Daniel, na Prefeitura de São Roque.

Em comum, além de empresários e com a mesma idade, os senhores estrearam este ano no Executivo. Quais dificuldades e desafios administrativos tiveram que enfrentar logo de início?

Binho: Quando assumimos, encontramos uma enorme carência de funcionários, redução de cargos de confiança de 256 para 106 postos e um grande número de servidores com desvio de função. Pior, não havia procedimentos e padrões internos para o trabalho fluir. Fora isso, tivemos que enfrentar uma infraestrutura precária, com falta até de computadores. Esperava, sim, me deparar com dívidas a serem pagas, processos desaparecidos – e as encontrei, claro, mas tudo isso foi equacionado. Na área de Educação, por exemplo, aumentamos o número de vagas nas creches municipais, apenas reorganizando e planejando melhor, sem construir nenhuma nova unidade. Mas, quando você não tem a parte administrativa funcionando plenamente, a burocracia acaba por travar as soluções. Não é o mesmo timing da iniciativa privada de onde venho, o tempo é diferente e isso acaba frustrando quem costuma realizar as coisas numa outra velocidade.

Daniel: Neste início, nosso desafio foi entender o funcionamento de toda a máquina pública para só, então, começar a por em prática o nosso plano de governo. Contamos com 3 mil funcionários, precisava conhecer e compreender melhor o funcionamento de cada setor no seu dia a dia e pinçar lideranças dentro dessas áreas. Foi ao mesmo tempo um grande desafio e um grande aprendizado, pois entramos com uma equipe totalmente renovada. Não é tão simples assim entrar na administração pública sem ter passado antes por ela, assim como toda a nossa equipe estando nesse mesmo estágio. Mas ao final destes doze primeiros meses, este desafio foi, enfim, superado.

E qual o balanço que fazem desse primeiro ano de gestão? Foi positivo? Ou foram mais desafios que conquistas?

Daniel: Aqui, em São Roque, adotamos a postura sensata de dar continuidade aos projetos e não paralisar o que já estava sendo feito. Por outro lado, minhas dificuldades foram de outra natureza, já que sucedi a um prefeito com uma boa avaliação administrativa. Vim com uma proposta de mudança política, mas sabia que administrativamente não poderia frustrar as expectativas da população na questão da qualidade dos serviços prestados.  Considero este, portanto, o meu principal legado. Como consequência, a cidade terá, nos próximos 60 dias, a conclusão de 15 grandes obras, como a da avenida que interligará a Rodovia Raposo Tavares, a partir do bairro do Taboão, com a Avenida Aracaí, no Jardim René, que será inaugurada agora em janeiro.

Binho: Em Mairinque, tivemos também um saldo bastante positivo. Claro que pesaram as dívidas contraídas pela antiga administração - e elas foram parcialmente pagas. E isso refletiu bastante neste ano e também vai se refletir no exercício em 2014. A diferença é que no próximo ano teremos uma reserva para honrá-las, já que foram planejadas. Ou seja: começaremos o Ano-Novo com as contas organizadas. Acredito que essa nova realidade administrativa tenha uma sequência e continuidade naturais em 2014, a fim de colhermos os muitos frutos plantados neste ano.

Se fossem escolher uma realização neste início de mandato, qual seria?

Binho: Uma iniciativa acertada da nossa parte foi a redução da tarifa de ônibus. O modelo de contrato do transporte urbano que tínhamos em Mairinque era fechado e não podia ser interrompido. Ou seja: um valor subsidiado era estipulado e caso nenhum passageiro utilizasse o serviço tínhamos que pagar do mesmo jeito. Para mudar esse quadro, incentivamos o uso do transporte coletivo no município, com a melhoria da qualidade e um preço melhor.  Ao mesmo tempo, diminuímos a tarifa, aumentamos a fiscalização sobre os ônibus e vans clandestinos e passamos a oferecer vale-transporte aos servidores, uma antiga reivindicação.  Em resumo: em menos de 60 dias, aumentou-se em 53% o número de usuários. No primeiro mês ainda bancamos um subsídio complementar mas, em seguida, isso já não foi mais necessário.

Daniel: Na minha opinião, o nosso grande “gol de placa” não foi nenhuma das obras em andamento. Num entendimento mais amplo da política, havia uma estrutura de uma força política muito grande, que permanecia enraizada em todos os setores da Prefeitura, bem como no município inteiro. Fomos injustiçados em muitas situações. Ouvíamos que a Prefeitura não tinha dinheiro para pagar o funcionalismo, que não aguentaríamos até o meio do ano, que a administração era só corrupção. O fato é que em março e abril, período de maior arrecadação municipal, já havia sido cotangenciado todo o pagamento de outubro até o 13º salário dos servidores municipais – e se falava que não tínhamos caixa para pagá-los. Ou seja: tomamos lá trás todas as precauções para as contas estarem em dia e terminaremos o ano com RS$ 3,8 milhões em caixa de superávit. Por todas essas superações, acreditamos que 2014 será um ano histórico, sobretudo com a liberação do empreendimento Parque Catarina e a construção do novo Aeroporto de São Roque.

2014 será o ano da Copa do Mundo no Brasil e de eleições para o Executivo e Legislativo (federal e estadual). Qual o planejamento para que os projetos não fiquem parados?

Binho: Com esse cenário, temos que nos planejar para que as coisas possam fluir bem no dia a dia da gestão e os projetos não esfriem. Sabíamos que teríamos que preparar o terreno em 2013, para podermos concretizar muitos projetos em 2014. Na parte de infraestrutura, os convênios e as emendas fundamentais já foram aprovadas neste ano, garantindo assim a realização das obras já a partir do começo do ano. Para a estrada de Dona Catarina já temos a empresa classificada para realizar a pavimentação dos 22 km da rodovia Mario Covas, que ligará a Castello Branco à Raposo Tavares, e próxima ao empreendimento Parque Catarina. Na verdade, são 44 km de margem (em ambos os lados) que devem se tornar, em minha opinião, em um polo de grande desenvolvimento não só para Mairinque mas para toda a região, em razão de todos esses empreendimentos.

Daniel: Também acredito nesse enorme potencial para a região. Para tanto, promoveremos uma série de mudanças para melhorar a infraestrutura e o acesso àquela região, bem como a alteração do nosso plano de diretor para favorecer esses empreendimentos. Uma das ações já tomada foi a solicitação ao DER do trecho da entrada do Saboó para torná-la uma avenida, visando a flexibilizar novos investimentos. Há estudos para se instalar ali uma nova universidade. Além disso, consolidaremos a vocação turística do bairro com um projeto gastronômico semelhante ao que se tem no bairro do Souza, em Campinas. Em relação à questão de formação, temos em São Roque uma estrutura de ensino consolidada, com o Instituto Federal, Fatec, Etec, Senai e demais faculdades. Juntamente com o Parque Catarina e Mairinque, nossa missão é preparar e qualificar adequadamente a mão de obra local para que esta tenha capacitação para abraçar boa parte das oportunidades que surgirão, atendendo esse mercado potencial que está vindo por aí.

O empreendimento Parque Catarina acabou por unir os dois municípios em objetivos e programas comuns, como a qualificação de mão de obra – o que é um fato inédito entre as duas cidades e na própria região. Como os senhores veem isso sob o ponto de vista de desenvolvimento social e geração de empregos e renda para as populações de S. Roque e Mairinque? A partir desse “casamento” entre bons vizinhos é possível novas ações conjuntas?

Daniel: Sim, sabemos que temos em nossas mãos uma grande oportunidade de integração, com a possibilidade de nos tornarmos, num futuro próximo, em um polo de desenvolvimento regional dos mais promissores. No caso do Parque Catarina, essa possibilidade é real – é o cavalo encilhado que está passando à nossa frente. Considero que o novo aeroporto não é uma coquista só de São Roque mas de toda a região. Portanto, estaremos unidos em vários projetos de cooperação. Além do Parque Catarina, dá para se costurar uma série de projetos em outras áreas, pois há boa vontade política para fazê-lo e um relacionamento já consolidado entre nós. A questão do lixo, por exemplo, é uma questão regional e deve ser conduzida conjuntamente pelos dois municípios. E por aí vai: a viabilização de projetos como o do terminal intermunicipal no bairro do Marmeleiro; o de transformar o trecho de 14 km da Raposo Tavares que liga os dois municípios  em uma grande avenida iluminada, com a instalação de uma ciclovia; de um porto seco, além da recuperação da malha ferroviária, com a ativação de um trem turístico, cuja autorização e tratativas já foram iniciadas com o governo federal.

 

“A partir dos investimentos do Parque Catarina e do novo Aeroporto Executivo de São Roque, teremos em nossas mãos uma grande oportunidade de integração regional, com a possibilidade de nos tornarmos, num futuro próximo, em um polo estadual de desenvolvimento dos mais promissores.”

(Prefeito Daniel Costa, de São Roque)

 

Binho: Para que isso ocorra efetivamente, prefeito Daniel, temos que planejar  juntos e intensificar em 2014 os acordos que viabilizem e acelerem estes projetos. Na área educacional, além da infraestrutura já existente em São Roque, vamos ter em breve, em Mairinque, uma escola-modelo do Senai de grande importância, cujo investimento é de 40 milhões de reais. Ou seja, é um ciclo virtuoso que integrará tudo: a rodovia Mario Covas, o novo Aeroporto de São Roque e os demais empreendimentos do Parque Catarina.

Além das duas administrações, as associações de moradores como UniMombaça e SAB-Saboó e a população das duas cidades se colocam favoráveis ao Parque Catarina. Como consideram as opiniões contrárias? Quais ações já foram planejadas para equacionar e minimizar os possíveis impactos gerados por um empreendimento desse porte?

Binho: Entendo que as críticas fazem parte do processo democrático. È uma coisa até saudável, quando elas são pautadas por argumentos técnicos isentos e não por princípios ideológicos e interesses particulares. Acredito que tanto o empreendedor quanto a população ganham quando os ambientalistas se manifestam, contestam, reivindicam, porque se sabe que a empresa responsável pelo empreendimento está tomando todas as precauções e cumprindo todas as exigências para não causar nenhum dano ao meio ambiente. Essas garantias, avalizadas por órgãos governamentais, nos dão toda a segurança de que o projeto está respaldado no que se refere à sustentabilidade. 

Daniel: Da mesma forma que o prefeito Binho, creio que há muitas formas de compensação ambiental e, melhor, com um crescimento ordenado. Várias medidas, como a regularização dos loteamentos do bairro do Mombaça, que está no entorno do empreendimento, já estão sendo viabilizados, além de uma fiscalização dura e atuante para coibir novas irregularidades. O mesmo ocorre no Saboó: agiremos da mesma forma para evitar construções e ocupações ilegais o problema da favelização. Tanto eu, como o prefeito Binho, estamos convencidos de que o meio ambiente será respeitado e o empreendimento sairá o mais breve possível do papel.

 

“Mairinque não deixará de embarcar neste “bonde” do desenvolvimento representado pelo Parque Catarina. Historicamente, já perdemos outros, mas não deixaremos de passar este, desta vez.” 

                 (Prefeito Binho Merguizo, de Mairinque)

 

E como veem o potencial turístico para a região a partir dessa integração?

Daniel: Para São Roque haverá sem dúvida uma série de benefícios e dividendos também para o fomento do turismo. Como já disse anteriormente, há vários projetos, como o do Saboó, trem turístico, etc. É um ciclo virtuoso. E do ponto de vista empresarial é uma oportunidade única, sem paralelos na história de São Roque e de toda a região. Outra boa nova é o trem de alta velocidade que ligará Sorocaba à São Paulo, passando por São Roque, em um percurso que será percorrido em apenas 46 minutos. Com tudo isso, ambas as cidades podem crescer ainda mais, gerando empregos e renda.

Binho: Mairinque também não deixará de embarcar neste “bonde” do desenvolvimento representado pelo Parque Catarina. Historicamente, já perdemos outros, mas não deixaremos passar este. Vejo nesse cenário, duas grandes oportunidades: a pavimentação da rodovia Mario Covas, estratégica para o município, o que dará todas as condições de tornar a região de Dona Catarina em um novo polo de desenvolvimento, como o nascimento de um novo parque industrial e de serviços. E a segunda é a posição turística de São Roque. Temos que saber aproveitar essa chance para desenvolver o lado turístico de Mairinque, pois queremos desenvolver aquela região, já que ali há vários lagos e pesqueiros. Desse modo, criaríamos um novo circuito turístico ampliando o interesse em nossa região.

Gostariam, finalmente, de deixar uma mensagem de final de ano para São Roque, Mairinque e região?

Binho: Desejo a todos um Natal e passagem de ano maravilhosos e cheios de esperança. Que as famílias festejem bastante, mas reservem boa parte dessa energia para comemorar durante o ano todo, pois serão muitas as obras a serem inauguradas. Tenho a certeza de que será um grande ano não só para Mairinque mas para São Roque e região.

Daniel: Também desejo muita paz e prosperidade em 2014 a toda a população.  Peço às pessoas que confiaram em nosso governo, que continuem acreditando, pois nossa gestão é pautada por muita responsabilidade e seriedade. Creio que 2014 tem tudo para ser um divisor de águas para o desenvolvimento econômico e social não só de São Roque e Mairinque, mas de toda a região.

 

 

 

 

 


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