17/02/2017 às 14h34min - Atualizada em 17/02/2017 às 14h34min

Prefeitura dá 30 dias para que famílias invasoras deixem o Conjunto Habitacional Lago dos Patos

Da Redação: Rafael Barbosa - Fotos: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Fotos: Rafael Barbosa

A Prefeitura deu 30 dias para que as famílias que invadiram 92 casa do conjunto habitacional Lago dos Patos, no bairro Paisagem Colonial, deixem as residências ocupadas. O anúncio foi dado no dia 09 de fevereiro, durante reunião entre representantes da Prefeitura e representantes das famílias invasoras e assim, as famílias devem deixar as residências até a semana de 9 de março.

O conjunto Lago dos Patos tem sido um problema que se estende por diversas gestões do municípios. A iniciativa do conjunto foi do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal e previa um investimento de R$ 6 milhões, porém a empresa vencedora da licitação abandonou a obra pela metade em 2013, após ter gasto o equivalente a R$ 5 milhões, na Gestão do ex-prefeito Efaneu Nolasco Godinho. Com as obras paradas, o local foi invadido por 152 famílias em julho de 2014 e as famílias ocupantes passaram a morar no local até janeiro de 2015, quando houve a reintegração de posse do local para a Prefeitura.

A gestão do ex-prefeito Daniel de Oliveira Costa passou a trabalhar na reforma do conjunto e conseguiu entregar 61 residências até que a obra foi paralisada novamente em outubro de 2016. Com a paralisação das obras as famílias passaram a migrar novamente para o local, ocupando as residências.

Segundo a atual gestão, a reforma das casas foi paralisada na administração anterior, por falta de pagamento a CG engenharia, responsável pelas obras e deveria ter seu reinício no dia 20 de fevereiro, já que, a atual administração colocou em dia os pagamentos junto a CG engenharia, empresa vencedora da licitação. Porém as obras somente podem ser reiniciadas quando as casas estiverem desocupadas “O início da reforma destas 92 unidades e a construção de novos projetos habitacionais para população de baixa renda, é de estrema importância pois diminui as desigualdades ainda existentes em nossa cidade”, afirmou o Prefeito Cláudio Góes.

Após a retomada da reforma, o prazo de conclusão das obras é de oito meses. Vale lembrar que todas as casas ainda não entregues no projeto já tem donos que estão devidamente cadastrados em programas municipais. A prefeitura de São Roque afirmou que as famílias que ocuparam as casas aleatoriamente serão cadastradas junto ao Departamento de Bem-Estar Social, para futuros projetos habitacionais que a prefeitura implantar.

Famílias invasoras podem não sair do conjunto

Nossa redação esteve no conjunto habitacional para falar com algumas das famílias que estão ocupando as moradias. Ao contrário da invasão em 2014, onde todas as casas foram ocupadas em uma única noite, a atual ocupação ocorreu de forma progressiva, e embora algumas famílias já estejam no local a mais de dois meses, sendo que algumas estiveram na antiga ocupação, outras chegaram ao local a pouco mais de 15 dias. Quando questionados se as famílias pretendem deixar as residências até março, os moradores afirmam que não pretendem deixar o conjunto até que a Prefeitura realize os cadastros em projetos sociais e ofereça algum tipo de auxilio, como transporte para as mudanças.

Segundo um dos moradores do local, que vive na casa com a mulher e dois filhos, grande parte dos moradores concordaram em deixar o conjunto dentro de 30 dias caso a prefeitura oferecesse ajuda a população. “Eles falaram que passariam aqui entre segunda e terça-feira, para ver a situação das famílias e realizar os cadastros nos programas da prefeitura, mas até agora nada”, afirmou o morador que preferiu ter seu nome mantido em sigilo.

Ao se instalar na residência, o morador comprou diversos itens que estavam faltando na residência, como portas, vasos sanitários, fios elétricos entre outros. Nossa redação foi convidada pelos moradores a entrar em algumas residências e a situação é semelhante em todas. Cada uma das famílias invasoras realizou pequenos reparos nas casas e utilizam energia e água de outros locais para tornar as moradias minimamente habitáveis já que todas se encontraram em estado deplorável após a última invasão, quando as antigas famílias invasoras depredaram o local ao deixarem as casas. Entretanto, apesar dos reparos as residências estão em condições precárias.“Sabemos que o que está aqui não é nosso, mas não temos para onde ir”, afirma uma moradora.

Deste modo a situação do Conjunto Habitacional Largo dos Patos volta a ficar dramática e será um sério problema social para a atual gestão administrar.


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