Os representantes da fé e das festividades

Os Festeiros são as figuras mais tradicionais e importantes das Festas de Agosto. Responsáveis pela organização de todos os aspectos dos festejos, um trabalho que se inicia no momento em que são anunciados a população, nos final da tradicional procissão do dia 16, que marca o fim das festividades de agosto e o aniversário de São Roque. Este ano os Festeiros são os casais Carlos Antonio Vilhena e Ana Maria Cerioni Souto Vilhena e Maria de Lourdes Martos Martins Trestini e Vasco Trestini Neto, que assim como os seus antecessores, foram escolhidos por representantes da igreja para organizarem e zelarem por uma das tradições mais antigas da nossa cidade.

Um trabalho árduo e que exige compromisso e idoneidade, mas que foi realizado com maestria por estas quatro pessoas com que nossa reportagem teve a oportunidade de conhecer durante todos os festejos. Os Festeiros estão a frente de praticamente todos os momentos da festa e embora os vejamos durante os eventos oficiais na maioria das vezes o seu trabalho está nos bastidores, idealizando, planejando e executando todos os detalhes das festas. Um trabalho gigantesco e que somente pode ser realizado com a ajuda da equipe que auxilia os organizadores, como os casais de apoio, pais de festeirinhos e colaboradores diversos, pessoas que também se dedicam a festa, cada um a sua maneira, para torná-la uma experiência a ser lembrada. “Cada um contribui para esta festa tão querida de uma forma diferente. Para algumas pessoas carregar o andor é o ponto alto das Festas, enquanto outras ficam contentes em ajudar nas barracas e nos jantares. Cada um participa como pode e este espírito de união é muito importante”, afirmou Ana Maria Cerioni Souto, durante a Novena ao Morro do Cruzeiro.

Uma participação que quando resulta no evento, traz a admiração das pessoas que participam das diversas atividades que envolvem as festas de agosto, como os jantares, a Novena ao Morro do Cruzeiro ou a Caminhada a Capela de Santo Antônio, trabalhos que são também organizados pelos Festeiros. Não há como negar que o são-roquense tem uma participação muito ativa nos festejos, aguardando com muito afinco o seu momento preferido.

“É muito emocionante ver a dedicação das pessoas para com os eventos, a participação e principalmente a religiosidade envolvida nestes atos. Vemos as pessoas se divertindo, refletindo e participando, o que isto nos deixa muito felizes pois toda esta celebração é feita para elas”, afirmou Maria de Lourdes ao falar com nossa reportagem durante a realização da Caminhada a Capela do Santo Antônio.

Momentos que com certeza marcam a todos que assumem a importante função de organizar as Festas de Agosto, um evento que marca, entre outras coisas, a união do são-roquense em celebrar o aniversário da cidade, além da a fé e dedicação para com o seu padroeiro. Momentos que podem ser sentidos nos principais acontecimentos das festas e que claramente emocionam as pessoas responsáveis por elas, como foi o caso de Carlos Antonio, que emocionado com a celebração apresentada durante o Desfile de Entrada dos Carros de Lenha, mandou um recado  a população. “Quero agradecer a todos que estão aqui conosco. Neste momento, nos unimos pela nossa cidade e nos tornamos irmãos”, afirmou durante sua palavra ao receber os participantes que passavam pela Praça da Matriz.

Palavras bonitas e que simbolizam o significado desta celebração tão rica e tradicional da cidade, evento que só pode ser realizado graças a estas pessoas, que pela religiosidade dedicam um ano de suas vidas a São Roque e sua população, transformando e entrando para a história do município. “Você acaba conhecendo e convivendo com pessoas fantásticas, que farão parte do seu circulo de amizade pelo resto da vida, o que não tem preço. A vivência como festeiro tem um lado evangelizador muito forte. Antes de ser festeiros, percebemos a fé e a dedicação das pessoas, mas uma vez que você está no lugar de festeiro isto te toca de uma forma muito profunda, e isso nos transforma”, completou Vasco ao falar sobre a experiência de ser Festeiro.