Gente de Expressão: Alvi Sabbatini

São Roque é a terra do vinho, um apelido que o município ganhou com os anos por oferecer a região algumas das melhores bebidas do gênero. No Gente de Expressão desta semana conversamos com um representante de umas das famílias responsáveis por trazer a cidade está fama que nos tornou  conhecidos no Brasil  e ainda hoje,  atrai muita gente   para conhecer as qualidades de nosso vinho.

Alvi Sabbatini trabalhou com vinhos, uma tradição que começou com seus pais e sua família é uma das mais antigas do ramo a ainda atuar na cidade, uma história que começou em meados da década de cinquenta, na antiga fazenda Cambará, pertencente a família OIiveira.  Na época, pelo seu pai, Sabbatini Alceste, resolveu comprar um pedaço da propriedade e começou seu próprio cultivo de uvas, dando inicio a uma tradição que já dura 64 anos. “Meu pai era italiano, da região da Toscana e estava no país desde 1928, lutando por uma vida melhor. Hoje ele já se foi, mas ficou a segunda geração para levar a história a diante”, comenta.

Alvi, que hoje tem 74 anos, nasceu no ramo do vinho e lembra com saudades dos tempos em que a uva era colhida e amassada com os pés para fazer esta bebida que hoje é uma das marcas de São Roque. Por ser baixo Alvi não era escolhido para participar da pisada das frutas fato que ainda hoje o diverte. “Precisavam de pessoas com pés e calcanhares grandes, para pegar mais uvas”, brinca saudoso do tempo em que a produção de vinhos era um trabalho 100% artesanal.

Porém o empresário não renega a tecnologia, necessária para fazer com que o vinho da cidade continue sua tradição e se espalhe para outras regiões do estado. A própria produção de uva já se encontra praticamente extinta em São Roque e atualmente todo o processamento da fruta e produção da bebida é feito no Sul do Brasil, vindo para o município para ser engarrafado e comercializado.

Este é um modelo de negócios utilizado por outras vinícolas da região, que estreitam os laços com a região sul, que já tem uma tradição muito forte no plantio de uvas, sempre visando manter a qualidade do produto. “Alguns simplesmente compram o produto de lá, mas para se ter qualidade e atender a um padrão com relação a sua mercadoria, é necessário ter uma adega lá para que você saiba o tipo de mercadoria que você está trazendo, como é o nosso caso. Temos uma cantina alugada no sul, onde fazemos o vinho a nossa maneira e o trazemos para São Roque”, completa.

Alvi sempre aborda a importância de se produzir um vinho de qualidade, não apenas por ser o negócio de sua família, mas também por acreditar que seu produto é um dos que carregam a reputação da cidade de São Roque: a Terra do Vinho. “Fazemos o que podemos pelo município para que a imagem do vinho são-roquense continue forte, pelo menos na área do vinho comum, que é a marca com a qual trabalhamos”, afirma.

Um produto que ele defende com unhas e dentes, acreditando ser uma grande injustiça falar mal da bebida são-roquense. “Tem que saber escolher, pesquisar e saber onde estão os bons vinhos”. Uma luta que muitas adegas de São Roque também travam todos os dias, para manter a sua boa reputação e a própria tradição do município em produzir vinhos de qualidade. “Se não for assim, pode acontecer o mesmo que houve em Jundiaí, que optou pela alta produção, o que acabou com sua qualidade. Tentamos manter o nome de São Roque, pois esta cidade merece”.

São atitudes que mostram a paixão e o comprometimento que Alvi e a família Sabbatini têm para com o produto que leva seu nome e a cidade que os abriga. Quando perguntamos o que o vinho simboliza em sua vida, sua resposta é emocionada. “Simboliza muito em minha vida. Estamos nesta luta há 64 anos então ele representa nossa família e está cidade, que não trocamos por nada no mundo. São Roque é tudo em minha vida, nossa história está aqui e vivemos aqui de coração”, finaliza.