25/08/2016 às 20h06min - Atualizada em 25/08/2016 às 20h06min

Emenda sobre redução de salário de vereadores é chamada de populista e gera polêmica

Rafael Barbosa
Rafael Barbosa

A Câmara municipal de São Roque aprovou os Projetos de Lei 49-L e o Projeto de Lei 50-L, ambos de autoria da Mesa Diretora, que estipula os salários do prefeito, vice-prefeito e vereadores de São Roque. Os projetos  fixavam que os salários pagos atualmente aos políticos são-roquenses serão mantidos para a próxima legislatura (2017-2020), ou seja, R$ 19.710,82 para o prefeito e R$ 7.811,16 para o vice-prefeito e vereadores.

Ambos os projetos foram votados com tranqüilidade e tiveram aprovação unânime dos parlamentares, porém a grande polêmica ficou por conta de uma emenda ao Projeto de Lei 49-L, apresentada pelo Vereador Adenilson Correia (Kalunga) e que propunha diminuir os salários dos legisladores para quatro salários mínimos, aproximadamente R$3.500.

Diante da apresentação da emenda, diversos vereadores acusaram Kalunga de cometer um ato de demagogia ao afirmarem que o mesmo teria tentado convencer os parlamentares a apresentar uma emenda que aumentaria o salário dos vereadores em 30% e como não teria conseguido o apoio dos companheiros na Casa de Leis, apresentou a emenda como forma de se promover politicamente.

“Quero deixar uma situação bem clara. Este tipo de ação é para fazer média política. Nos cantos da câmara o vereador que fez esta emenda queria que nós aumentássemos 30% dos salários e agora quer se aparecer. O senhor vereador (Kalunga) teria que ter vergonha de apresentar uma emenda dessas”, afirmou o vereador Toco.

A fala de Toco foi confirmada por outros vereadores, que confirmaram que antes de apresentar a emenda Kalunga teria tentado articular um outro projeto para que o salário dos vereadores fosse aumentado. “Acabou de me perguntar aqui, descendo a rampa do plenário, se eu votaria por um aumento de 30% de salário. Respondi que não era louco de fazer isso”, afirmou o vereador Guto Issa, ao comentar que a ação de Kalunga era uma vingança pelo fato de não ter conseguido apoio para aumentar o salário dos membros do parlamento.

As criticas não ficaram apenas por conta dos vereadores de oposição, já que claramente todos os vereadores se mostraram surpresos e incomodados com a emenda apresentada por Kalunga. O Presidente da Câmara Alfredo Estrada precisou interromper a fala de alguns legisladores em diversos momentos para conter os ânimos exaltados da Casa de Leis.

Kalunga se defendeu das acusações, afirmando que não teria proposto uma emenda de aumento de salário aos seus pares. “Não é politicagem ou demagogia. Respeito todos os vereadores aqui presentes e estou pensando apenas nas despesas públicas. Os senhores podem votar da forma que acharem melhor e irei respeitar a decisão dos senhores. Apenas peço respeito a minha pessoa e minhas convicções, da mesma forma que sempre respeitei todos aqui presentes”, afirmou.

Entretanto a explicação do legislador não convenceu os demais parlamentares.O vereador Rafael Marreiro, que também afirmou que Kalunga havia lhe procurado com uma emenda para o aumento de salários afirmou que a emenda apresentada era um uma falta de respeito com a própria câmara municipal, por colocar os vereadores em uma posição difícil perante a população de São Roque.

“Não é possível que tenhamos 14 parlamentares mentindo e só o vereador Kalunga falando a verdade. O vereador pediu que eu votasse por um aumento nos nossos salários, mas nós negamos o pedido devido a crise financeira atual. Se fosse ideologia do vereador ele que coloque isso em seu plano de governo e não em uma atitude populista como esta. O nível desta câmara caiu muito e só somos os responsáveis por isso, ao permitir ações como está”, afirmou Marreio.

Ao final das discussões, apenas Kalunga votou favorável a própria emenda e a proposta foi rejeitada. Em seguida ocorreu a votação dos Projetos de Lei 49 e 50, que ao serem aprovados por unanimidade, mantém os salários pagos aos políticos são-roquenses no próximo mandato.

Entretanto a ação não ocorreu sem perdas, já que, sendo um ato populista ou não, a situação de Kalunga ficou claramente fragilizada após sua emenda. “A política deve ser usada para se construir ‘pontes’, pois derrubá-las é muito fácil. Todos respeitamos a palavra do vereador Kalunga, mesmo se não concordarmos com ela. Mas a câmara não pode ser exposta desta forma e não vejo sentido e expor os parlamentares deste modo, pois nós temos que ter responsabilidade sobre nossos atos. Colocar a Casa de Leis em uma situação dessas, não ajuda em nada”, afirmou o Vereador Osmar da Josdan.

Confira a discussão da emenda que balançou o clima na Câmara de São Roque no site do Jornal da Economia, acesse www.jeonline.com.br e veja o vídeo na integra.


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