27/02/2016 às 10h20min - Atualizada em 27/02/2016 às 10h20min

Kits para o diagnóstico de dengue estão em falta em Sorocaba e região

Fonte: G1 Notícias - Foto: Reprodução/TV TEM
Fonte: G1 Notícias - Foto: Reprodução/TV TEM

Os kits enviados pelo Ministério da Saúde para o diagnóstico das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti estão em falta em algumas localidades. A situação mais crítica é a de Itu (SP), com 400 exames pendentes. A falta do diagnóstico preciso pode prejudicar o acompanhamento dos pacientes.

Por causa da falta dos kits, centenas de exames estão em uma espécie de lista de espera. Há cinco meses, o Ministério da Saúde não repassa os produtos ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, que concentra os testes. 

Na região de Sorocaba, pelo menos seis cidades foram afetadas, entre elas Araçoiaba da Serra (SP), Mairinque (SP), Porto Feliz (SP),São Roque (SP) e Salto (SP). Os pacientes que chegam aos postos de saúde de Itu com suspeita da doença não têm tido confirmação. O município decidiu então comprar 1 mil kits para antecipar os diagnósticos, um gasto de 33 mil reais.

"Esses exames acumulados serão executados frente a essa crise nacional. O município achou por bem adquirir os kits para dar conta da demanda", explicou o diretor de saúde de Itu, Rubens Busoli.

Mas esses kits só devem chegar no último mês do verão. Um dos problemas desse atraso no diagnóstico é que o combate ao mosquito  também pode ser comprometido. Sem a confirmação dos casos de dengue, as prefeituras têm mais dificuldades para fazer rapidamente o trabalho de prevenção e bloqueio nos bairros. Além disso, o diagnostico precoce é fundamental para acompanhar a evolução do quadro do paciente.

"Se você tem o diagnóstico correto, você vai ter um segmento, vai monitorar melhor a doença. Fazer hemograma, ver o quadro, como está evoluindo, principalmente da dengue, ver se tem sinal de hemorragia, que a gente chama de alarme", afirmou o médico infectologista Carlos Lazar.

Algumas cidades já realizam os testes por conta própria em laboratórios municipais com kits importados. Sorocaba é uma delas, que desde 2006 não envia mais os exames para São Paulo.

"Para a gente ter números reais, confirmados, para todos os suspeitos", disse a chefe da divisão de vigilância em saúde, Renata Caldeira.

O gasto previsto para este ano com os diagnósticos é de R$ 100 mil. Mas, para o diretor de saúde, uma despesa necessária para um município que ano passado enfrentou uma das piores epidemias da historia.

"No município de Sorocaba, que tem um número alto de notificações, o exame laboratorial norteia as ações de combate ao vetor, interrompendo a proliferação da doença e a transmissão", explicou o diretor de área da vigilância em saúde, Rafael Gonçalves.

O Ministério da Saúde informou que, em breve, os kits vão ser enviados novamente. Essa semana foram comprados 1 mil kits para serem distribuídos. E cada um deles pode fazer 96 testes. Para o estado de São Paulo serão enviados 200 deles, que totaliza 19.200 testes.

O Ministério afirma também que a Secretaria de Saúde tem total autonomia para complementar essa oferta se for necessário. Já o Instituto Adolfo Lutz confirmou que ainda não recebeu os kits.


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