08/01/2016 às 09h28min - Atualizada em 08/01/2016 às 09h28min

Santa Casa inicia ano com missão de recuperar a confiança da população

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Gabriele Pinho
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Gabriele Pinho

Depois de um ano conturbado, a Santa Casa de São Roque inicia 2016 com o desafio de se reestruturar e recuperar a confiança da população. O escândalo dos falsos médicos, sérios problemas financeiros e a polêmica troca de gestão foram os principais problemas com o qual a irmandade centenária teve que lidar no ano passado, situações que ainda hoje afetam o hospital que é referência em nossa micro região.

Na busca por respostas de como a irmandade planeja se recuperar destes traumas passados, nossa reportagem buscou o atual interventor da Santa Casa, Francisco Tibiriçá, e o Diretor de Saúde de São Roque, Sandro Rizzi, para obter respostas sobre a atual situação do hospital e os planos futuros.

Tibiriçá afirma que a situação do hospital ainda é delicada, porém que com o início do ano a irmandade se encontra em uma situação mais tranquila do que a enfrentada no final do ano passado. Com o pagamento dos funcionários em dia e a negociação das dívidas caminhando normalmente o administrador afirma que medidas já estão sendo tomadas para reestruturar o hospital a começar pelo próprio sistema de administração do hospital. “Estamos buscando profissionalizar a parte administrativa. Assim contratamos uma única consultoria em gestão hospitalar, o que foi feito a um custo muito interessante, e que tem uma vasta experiência não apenas na gestão de saúde mas também da administração do plano de saúde”, afirma.  Com isso a ideia é que o hospital possa contar com profissionais totalmente ligados a área administrativa e médica, ação que deve permanecer também quando a intervenção deixar o hospital. 

Quando questionado sobre os planos de gestão do hospital para 2016 o interventor fala que várias ações já estão em andamento, porém um dos planos mais importantes será o investimento na melhora do atendimento na ala do convênio, e tornar o setor SUS mais eficiente, tornando os atendimentos mais precisos e cortando gastos desnecessários. “Se analisarmos o que nosso paciente precisa, com exames mais precisos, a pessoa não necessitará  ficar internada o que diminui o nosso custo. Claro que este é apenas um dos detalhes que estamos trabalhando neste momento”, afirma o interventor. Segundo Tibiriçá o hospital deve também tomar um cuidado redobrado na compra de medicamentos, buscando remédios que cumpram suas funções pelo menor preço.

Um novo laboratório

Entretanto, atendimentos mais eficientes necessitam de exames mais rápidos e neste ponto chegamos na situação do laboratório da Santa Casa. Tibiriçá afirma que o ambiente laboratorial da irmandade será reformulado e a nova empresa, que já começou seu trabalho de implantação do maquinário no local, somente receberá pelos exames feitos no hospital, sempre seguindo a tabela aprovada pelo SUS. Em troca a empresa terá um local para se instalar e poderá também vender seus serviços para outros clientes além da Santa Casa. “Com isso reduziremos um custo de R$ 500 mil por ano e continuaremos com a mesma eficiência”, completa.

A base do foco com estas ações não é apenas melhorar a situação financeira do hospital, mas também recuperar a imagem da instituição. “Queremos uma administração transparente, qualquer um que queira contribuir com a irmandade, não apenas financeiramente, mas também com seu conhecimento em gestão será muito bem vindo”, afirma Tibiriçá. Segundo o interventor a irmandade tem buscado que os empresários da região se aproximem da irmandade, com o planejamento de que no futuro, eles possam formar uma comissão que ajude na própria gestão da irmandade, aumentando a transparência e a eficiência do trabalho realizado.

Ações que se mostram bem vindas já que, como já havíamos dito, a imagem da Santa Casa frente a população está muito fragilizada e a população exige que o seu hospital ofereça um atendimento digno. “Precisamos de um bom atendimento, mais profissionais capacitados e medicamentos. Mas acima de tudo, queremos mais preocupação para com o cidadão que paga seus impostos e merecem um atendimento digno”, afirma a vendedora, Valquíria de Oliveira.

De acordo com o Diretor de Saúde, Sandro Rizzi, a prefeitura tem trabalhado juntamente com a atual administração e buscado o auxílio dos municípios vizinhos, com o planejamento de um convênio entre as cidades da micro região para que elas possam contribuir não apenas financeiramente, mas também prestar um auxilio administrativo para com o hospital. Entretanto este convênio não tem uma previsão para ser concretizado.

O Jornal da Economia continuará acompanhando a situação do hospital e cobrando resultados para a população de São Roque. Aguarde em breve uma matéria em vídeo sobre a situação da Santa Casa e os planos da instituição em 2016.


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