09/10/2015 às 10h13min - Atualizada em 09/10/2015 às 10h13min

Depressão afasta 90 funcionários da Prefeitura de São Roque

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Reprodução/Internet
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Reprodução/Internet

A Prefeitura de São Roque conta atualmente com 167 funcionários afastados de suas funções e, dentre estes, 90 estão de licença por depressão. O dado surgiu por intermédio da própria gestão municipal, ao responder o requerimento número 150, de autoria do Vereador Donizete P.A. Moraes, que questionava a prefeitura sobre o número de profissionais afastados de suas funções.

Segundo o vereador, o requerimento foi feito pois o mesmo já havia recebido denúncias de que um  número excessivo de profissionais estavam afastados de seus afazeres, porém o número real espantou o legislador. “Não é normal  tantos funcionários afastados por depressão em um órgão público, afinal é uma doença tratável, onde a pessoa passa por um tratamento e depois deve voltar as suas funções”, afirmou o vereador.

A depressão é um mal que afeta milhares de brasileiros e cidadãos acometidos pela doença podem recorrer a seus direitos trabalhistas em determinados casos. Se laudos médicos comprovarem que a depressão foi adquirida em função de uma atividade do trabalho, ela pode ser considerada como acidente de trabalho, entretanto o afastamento por depressão não é válido para estresses normais do trabalho.

“Eu conheço alguém que está afastado. Toda vez que se afasta vai pescar no Pantanal”

Dois fatos chamam a atenção ao se analisar o quadro mostrado pela prefeitura sobre os funcionários afastados. O primeiro é o tempo de afastamento de alguns funcionários, que se estendem por anos, como o caso de uma mulher que se afastou em 2007 e tem data para voltar a suas funções em 2016. O segundo é a quantidade de funcionários que pediram afastamento, que crescem com o tempo e se em 2007 aproximadamente três pessoas pediram sua dispensa, em 2014 este número chegava perto de 30.

Segundo Donizete, a carência de tantos funcionários não apenas atrapalha o rendimento da máquina pública, mas também oneram a folha de pagamento, pois estes profissionais são pagos pelo fundo de seguridade, o que pode ser um problema futuramente e pode causar dificuldades na folha de pagamento da Prefeitura caso muitos profissionais voltem ao mesmo tempo.

A possibilidade de possíveis fraudes também desperta suspeitas, principalmente devido ao comentário de alguns vereadores sobre o caso. “Eu conheço alguém que está afastado. Toda vez que se afasta vai pescar no Pantanal”, afirmou o Vereador Rafael Marreiro, quando o caso foi discutido durante uma Sessão da Câmara Municipal, ao afirmar que a prefeitura deveria investigar esta situação.

O Jornal da Economia entrou em contato com a Prefeitura de São Roque pedindo esclarecimentos sobre o caso e questionando sobre ações da administração local sobre o assunto.  A prefeitura informou ao JE por meio do Departamento de Administração, que  está realizando um levantamento dos dados junto a todos os departamentos, e encaminhará uma nota de esclarecimento na próxima semana a nossa redação.


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