19/09/2015 às 16h15min - Atualizada em 19/09/2015 às 16h15min

Justiça determina que Unimed nacional atenda clientes da Paulistana

Empresa diz que não foi oficialmente intimada sobre essa decisão. Hospitais e laboratórios credenciados suspenderam atendimento de clientes.

A Justiça de São Paulo determinou, na quinta-feira (17), que a Unimed Paulistana encaminhe para a Central Nacional da empresa, em 24 horas, os pacientes que não conseguirem agendar procedimentos em sua rede. A regra vale até que a carteira de clientes seja vendida. Cabe recurso da decisão.

A Unimed Paulistana informou que não foi oficialmente intimada sobre essa liminar. Em nota, ela “ressalta que cumpre todas as determinações judiciais que envolvem a cooperativa”. Procurada, a Unimed nacional não retornou até a publicação desta reportagem.

 Em sua decisão, a juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias, da 18ª Vara Civel, determina que a Central Unimed "ofereça aos usuários da Unimed Paulistana os serviços médico/laboratoriais e hospitalares, incluindo cobertura obstétrica e odontológica, a que teriam direito considerando as obrigações assumidas pela Unimed Paulistana em contrato, especialmente em situações de urgência e emergência, de forma solidária à Unimed Paulistana".

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou que mais de 740 mil clientes do convênio sejam transferidos para outros planos de saúde por causa de problemas financeiros, assistenciais e administrativos da operadora.

Hospitais de São Paulo anteciparam o fim dos contratos e deixaram de atender pacientes conveniados à Unimed Paulistana desde o ano passado por causa da falta de pagamento da operadora. Laboratórios da capital paulista ouvidos pelo G1 também confirmaram suspensão do convênio com a Unimed Paulistana nos últimos meses.

Como a operadora não conseguiu "sanar os problemas", a ANS determinou que a Unimed Paulistana negocie a transferência de toda a sua carteira de clientes. Para assumir a carteira, a empresa interessada deverá possuir "situação econômico-financeira adequada e manter as condições dos contratos sem prejuízos aos consumidores".

A decisão atende a pedido do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que ingressou com ação civil pública em 10 de setembro solicitando a responsabilização solidária de empresas do grupo Unimed.

Em caso de dúvidas ou denúncias, a ANS recomenda que os beneficiários da Unimed Paulistana liguem para o Disque ANS (0800 701 9656), pela Central de Atendimento no portal da Agência.

Sistema Unimed
O sistema Unimed Brasil reúne hoje 351 cooperativas médicas, que embora utilizem a mesma marca e modelo de gestão, operam e comercializam planos de saúde de forma autônoma e independente, sem oferecer necessariamente uma cobertura nacional.

A Unimed Paulistana, com mais de 740 mil clientes é a 4ª maior empresa do sistema Unimed, segundo informou a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas (Unimed do Brasil), que é a responsável por gerenciar a marca e representar institucionalmente todas as cooperativas do sistema.

Hospitais e laboratórios
O Hospital A.C. Camargo e o Hospital Bandeirantes, ambos no bairro da Liberdade, por exemplo, interromperam o contrato com a Unimed Paulistana no fim do ano passado.

Cerca de 2 mil segurados da operadora que se tratavam no A.C. Camargo, centro de referência em câncer, deixaram de ser atendidos desde dezembro.

A direção disse, na época, que a empresa parou de pagar pelo tratamento dos seus clientes e, por isso, foi possível manter o atendimento somente de pacientes que passavam por quimioterapia e radioterapia.

O G1 apurou ainda que o Laboratório Fleury não atende o convênio há mais de um ano. O Delboni Auriemo também deixou de receber clientes da Unimed Paulistana. O Lavosier foi um dos últimos em São Paulo a romper com o plano, o que aconteceu em agosto. O Centro de Diagnósticos Brasil (CDB) deixou de atender logo após receber a informação do descredenciamento.

"O que ocorre é que os clientes da Unimed Paulistana já vêm sofrendo com problemas financeiros da operadora. E isso tende a piorar nesse período (de transferência)", explicou a advogada do direito à saúde Renata Vilhena Silva durante entrevista à GloboNews.

 

 

 

 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.