28/06/2013 às 09h58min - Atualizada em 28/06/2013 às 09h58min

Carlos Aymar se defende das acusações feitas a seu respeito

Na manhã da última quinta-feira, o ex-prefeito de Araçariguama, Carlos Aymar, esteve na redação do Jornal da Economia

Na manhã da última quinta-feira, o ex-prefeito de Araçariguama, Carlos Aymar, esteve na redação do Jornal da Economia para esclarecer alguns pontos sobre as acusações a que ele responde e pelas quais ele foi detido no último dia 18.

JE – O que aconteceu de fato?

Aymar – Eu não estava sendo investigado em nenhum momento, eu não tinha telefones grampeados. O que aconteceu foi que a polícia de Mairinque estava investigando uma suposta quadrilha de fraudes em licitações na administração do ex-prefeito da cidade. Eu trabalhei na prefeitura por apenas oito meses, tentando atrair empresas para a cidade por conta de meu conhecimento e de uma lei de incentivos fiscais que existe em Mairinque.

JE – Você ganhava alguma coisa em cima da chegada dessas empresas?

Aymar – Ganhava apenas politicamente. Cada empresa que trouxemos, que foram 19, gerou centenas de empregos. Eu posso dizer que contribui com a região ao trazer essas empresas em apenas oito meses, eu tenho a impressão que eu ganho prestigio político. Agora financeiramente, eu não ganhei nada.

JE – Segundo a polícia de Sorocaba foram 11 meses de investigação na operação “Valência”. Na ocasião o delegado Marcelo Carriel disse à imprensa que haviam sido feitas fraudes em licitações, onde eram criadas empresas que não existiam para ganhar as concorrências. Como o senhor avalia esta afirmação?

Aymar – Essa informação que ele deu é fruto das investigações da polícia civil. Eu não tinha nenhum conhecimento dessa parte porque eu participava de licitações, não era um assessor disto, eu não era um secretário como chegaram a dizer. Eu era assessor da Secretaria de Industria e Comércio. Eu não assinava nada. 

JE – O ex-prefeito Dennys, em alguma conversa, chegou a comentar algo a respeito do assunto?

Aymar – de jeito nenhum. O Dennys está tão perdido nessa história quanto várias outras pessoas. Ele está se informando do teor das investigações agora também. Volto a dizer, eu não tenho conhecimento do assunto, não participei e não era investigado e por conta disso eu não tenho como te informar. Agora, se alguém roubou, espero que pague por isso. Eu não tenho nada a ver com isso.

JE – Nesse espaço de tempo em que você trabalhou na prefeitura de Mairinque, chegou a perceber algo de errado ou anormal?

Aymar – A minha função não era administrativa, era apenas cerimonial. Eu era um Relações Púbicas, por conta do meu conhecimento político. A partir disso não era mais comigo, eu dava apenas o encaminhamento para que ele tirasse os documentos necessários para que, pagando uma taxa, se habilitasse num processo para que uma Comissão, da qual eu não participava, a partir daí fosse na empresa avaliar se era importante a presença dela no município. Depois disso, os tramites seguiam para a Câmara.

JE – Como foi a experiência de estar detido na cadeia de São Roque?

Aymar – Espalharam que eu ofereci resistência e acharam dinheiro na minha casa. A polícia bateu no meu portão, eu abri e me avisaram que eu estava preso. Eu forneci tudo o que eles me pediram e deixei que revistassem a minha residência. Não houve nada de errado. Me perguntaram até se eu tinha uma arma. Saiu em jornal que foram apreendidos drogas e dinheiro na minha casa, o que é mentira. Agora, eu não desejo pra ninguém estar naquela cadeia. Aquilo não é uma cadeia, aquilo é o próprio inferno. Não pode usar o pátio, ratos para todos os lados, chuva que entrava na cela. Nos dois últimos dias nós tivemos que nos proteger da água com o colchão. Isso é tortura. Durante esse tempo eu e quem estava comigo tentávamos entender a situação. A minha preocupação era me explicar para a delegada. Eu estava preso para uma averiguação, então a partir do momento em que eu fosse ouvido tudo seria esclarecido, como realmente aconteceu.

JE – O Carlos Aymar aprendeu alguma coisa com toda essa situação?

Aymar – Deu para aprender que Deus é muito grande, que me acolheu e me deu forças. Em momento nenhum a imagem de minha mulher e de minha filha veio à minha cabeça porque eu não conseguiria passar por tudo aquilo pensando apenas nelas. Era uma situação deprimente, o que nos faz parar para pensar que, nesse tempo de protesto, presos que necessitam estar encarcerados tenham o direito de estar em locais com a mínima condição humana de sobrevivência, que não é o caso dessa “coisa” deixada pelo Geraldo Alckmin aqui para São Roque. A mesma promotoria que eu apoio, a mesma policia que eu apoio, elas precisam tomar alguma atitude. Eu estou lutando agora contra a atitude do governador de querer trazer um Cadeião para Araçariguama, ainda mais agora que eu sei o que vira um Cadeião. Ninguém merece estar em um lugar desse nível. Quem comete crimes deve ser regenerado. E agora eu que sou o corrupto? Não fui, não sou e nunca serei.

 

Confira a entrevista na íntegra na TV JE: 

 

 

 

 

 


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