Foi realizada na noite da última quarta-feira, dia 15, na Câmara Municipal de Araçariguama uma audiência pública em relação à decisão do Governo Estadual de se implantar um Cadeião no município. A reportagem do Jornal da Economia compareceu no evento, que contou com grande participação da população.
O decreto publicado no dia 24 de abril de 2013 prevê a desapropriação de uma área de 251,1 mil metros quadrados, na margem da Rodovia Castello Branco, no km 54.
A sessão se iniciou com a leitura de uma moção de repúdio à obra que vereadores da cidade enviaram ao governador Geraldo Alckmin.
Segundo Dimas Ferreira de Carvalho Júnior, contador e um dos idealizadores do movimento contra a instalação do sistema penitenciário em Araçariguama, “a primeira alternativa que nós encontramos para tomar uma iniciativa foi essa audiência pública. Precisamos sair daqui com uma direção, pois não aceitar de maneira alguma a vinda do Cadeião para a nossa cidade”.
De acordo com o vice-presidente da Câmara Municipal, a cidade não conta com estrutura suficiente para a instalação de um cadeião. “Eu sei que a superlotação dos presídios é um problema generalizado, mas Araçariguama não é a solução para isso”, afirma Moacyr Godoy.
“Essa preocupação não deve ser só de Araçariguama, dever ser uma preocupação regional. Esse é um momento de união para dizermos um sonoro não à instalação de um Cadeião na cidade. Não se trata de uma manobra política. O movimento coordenado pelo Dimas buscou essa audiência para envolver cada vez mais a população nessas questões”, afirma o ex-prefeito do município Carlos Aymar.
Legenda: Moradores marcam presença durante a audiência na Câmara Municipal
Durante a audiência houve grande manifestação por parte dos moradores, que se mostraram estar insatisfeitos com o decreto do governo estadual e serem totalmente contra a instalação do Cadeião. “Isso é uma falta de respeito com o povo. Nós aqui não temos SENAI, Fatec, escola, hospital e o Alckmin manda um cadeião pra cá? Isso é um presente de grego. Eu sou totalmente contra e vou fazer de tudo para impedir que isso aconteça”, afirma Eduardo , que mora há mais de 10 anos em Araçariguama.
“Nós vamos brigar pela segurança da nossa cidade. Vamos pedir, com a ajuda de todos, ao governador que revogue essa decisão. Quem tem família sabe o que é ter um cadeião na cidade e nós não vamos permitir que isso aconteça.”, diz o prefeito de Araçariguama.