13/02/2015 às 08h21min - Atualizada em 13/02/2015 às 08h21min

Santa Casa enfrenta problemas com atraso na entrega de exames e falta de leitos

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Pacientes da Santa Casa de Misericórdia tem enfrentado dificuldades com a demora na entrega do resultado de exames e para encontrar uma vaga nos leitos do hospital. Segundo um memorando que recentemente estava fixado em diversos pontos do hospital, o tempo de resposta para o resultado dos exames variava de três a seis horas, um período de espera que não parece coincidir com a realidade.

A Santa Casa não conta com um laboratório dentro de suas instalações desde que o ambulatório da Ibiclin Diagnósticos foi interditado pela Vigilância Sanitária em dezembro de 2014. Desde então, a Santa Casa utiliza os serviços de diversos laboratórios, entre eles o LabClin, cuja sede está em Barueri, cidade que se encontra a aproximadamente 30 minutos do município.

O que não é explicado é que o prazo estipulado pela Santa Casa somente vale a partir do momento em que as amostras chegam até o laboratório, uma viajem que pode demorar a acontecer e, por tanto, extrapolar a espera do resultado para os exames.

Um dos exemplos deste caso aconteceu no sábado, dia 07 de fevereiro, quando um lote de exames que deveria ser transportado às 15 horas, somente foi coletado pelo motoboy do laboratório às 22 horas. Segundo a funcionária da Santa Casa, que passou a este repórter a informação, por conta do atraso, até as 13 horas do dia 08 o hospital ainda aguardava o resultado de oito exames, o que causou um transtorno gigantesco aos pacientes, que muitas vezes dependem dos resultados para serem medicados.

O Jornal da Economia entrou em contato com o Labclin, para buscar esclarecimentos sobre o ocorrido, porém funcionários do laboratório afirmaram que o mesmo não se pronunciaria sobre o assunto. 

Outro problema enfrentado pelos pacientes é a da falta de leitos no hospital, um problema que também já tem afligido a instituição há algum tempo. Na madrugada do dia 07, este repórter encontrou dois pacientes que dormiam na sala de espera da Santa Casa enquanto esperavam um leito, um problema sério e preocupante para uma instituição que é referência na região.

 

A resposta da Santa Casa

 

Com estas reclamações, o Jornal da Economia entrou em contato com os interventores da Santa Casa de Misericórdia, Sidney Muniz e Jorge Haddad. Os interventores informaram que estavam cientes de alguns dos problemas informados e de acordo com Sidney, a falta de leitos hospitalares é um problema enfrentado pela instituição desde que uma ala especifica para internação de pacientes foi fechada há pouco mais de um ano. “Toda esta ala foi fechada em novembro de 2013 para que pudesse passar por uma reforma, mas por um erro no projeto, a verba não foi suficiente para a conclusão da obra”, afirma o interventor. A interdição da ala baixou o número de leitos hospitalares de 114 para 54.

De acordo com os interventores, deste modo o hospital tem gerido os pacientes da melhor forma possível, para impedir que eles fiquem em macas pelos corredores, uma visão comum em muitos hospitais de São Paulo. “Aqui você não encontrará nenhum paciente em macas nos corredores”, afirma Jorge Haddad. Segundo os interventores, o relatório entregue no ano passado à Prefeitura de São Roque já continha informações sobre a interdição da ala de internação e trabalhos estão sendo feitos para reativá-la, o que segundo as expectativas da administração do hospital deve acontecer até o final de junho.

Uma ação muito mais rápida deve ser tomada com relação ao atraso na entrega de exames. Segundo Sidney, o atraso acontece apenas em momentos em que há um pico de atendimentos no hospital, que hoje atende cerca de 10 mil pacientes ao mês, o equivalente a mais de 300 pacientes diários. Atualmente as obras de construção de um laboratório próprio da Santa Casa já estão adiantadas e os exames já devem começar a ser realizados dentro da instituição a partir do início de maio.

Sidney comenta que a ação terá um custo pequeno mas muito rentável para a instituição e para os pacientes. “O que encarece este tipo de iniciativa é o maquinário, os equipamentos que realizam estes exames. Mas estamos adquirindo este maquinário na modalidade de comodato, o que quer dizer que o fabricante disponibiliza o equipamento gratuitamente, para que compremos dele apenas os reagentes utilizados neles”, completa.

Segundo o interventor com a instalação do laboratório, o tempo de análise deve passar a ser de, no máximo, três horas, um ganho gigantesco para o hospital, que poderá rentabilizar o trabalho do laboratório e principalmente para o pacientes, que hoje esperam horas pelo seu exame.


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