06/06/2022 às 16h45min - Atualizada em 06/06/2022 às 16h46min

Sorocaba terá barreiras humanitárias para conter migração da Cracolândia

Medida foi anunciada na última sexta-feira (03) pelo prefeito Rodrigo Manga

- Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
Fonte: Portal UOL

A partir de 10 de junho, Sorocaba terá barreiras em rodovias e no terminal rodoviário intermunicipal a fim de conter a migração de usuários de drogas da Cracolândia, na capital. A medida foi anunciada na última sexta-feira (03) pelo prefeito do município, Rodrigo Manga (Republicanos), que também preside a região metropolitana de Sorocaba.

De acordo com ele, no último mês foi registrada a chegada de mais de 60 dependentes químicos vindos da Cracolândia, sendo sete na semana anterior. A migração acontece ao mesmo tempo em que ocorre um avanço nas ações da Polícia Civil e da Guarda-Civil nas áreas ocupadas pelos dependentes químicos na capital.

Segundo a administração sorocabana, as chamadas 'barreiras humanitárias' serão instaladas no entorno da rodoviária, que é local de desembarque das linhas de ônibus intermunicipais e interestaduais, e em trechos das rodovias que cortam a cidade.

"Vamos abordar as pessoas que estão chegando na cidade para saber qual sua origem e já será oferecida ajuda, por meio da Secretaria da Cidadania, e da coordenadoria da saúde mental, com apoio da força policial em caso de serem pessoas procuradas pela Justiça", declarou o prefeito, após encontro com governantes de 13 municípios vizinhos.

A ideia é conduzir as pessoas para tratamento em comunidades terapêuticas ou para as cidades de origem. Ele explicou que para que a contenção dessa migração tenha resultado é necessária uma abordagem regional. A expectativa é de que outras cidades também montem as barreiras.

Rodrigo Manga informou ainda a criação de um comitê regional, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, e a realização de um censo para identificar as pessoas e suas origens. De acordo com o prefeito, o comitê deverá oferecer as vagas que já foram disponibilizadas pelos governos estadual e federal para o tratamento de usuários de drogas, já que a maioria necessita de internação e tratamento. A Prefeitura afirmou que 60% das pessoas que vivem em situação de rua em Sorocaba procedem de outros municípios.

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL), da Câmara Municipal, fez críticas às medidas anunciadas. "Tratar as pessoas em situação de rua e dependentes químicos somente pelo olhar dos agentes da polícia, no intuito de reprimir e não cuidar de maneira correta desses seres humanos, é uma evidência clara da tentativa de ações de higienismo social", disse ela.

Já a Coordenadora Estadual de Políticas sobre Drogas, Eliana Borges, afirmou que o governo paulista irá disponibilizar vagas para tratamento de usuários de drogas, mas somente para internação voluntária daqueles que aceitarem passar pelo processo, através do Programa Recomeço.


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