09/03/2022 às 15h21min - Atualizada em 09/03/2022 às 15h21min

Os problemas causados pela dependência química na rotina profissional

O uso de substâncias psicoativas pode acarretar diversos problemas, tanto para o desenvolvimento das atividades laborais, como em praticamente todos os aspectos da vida.

O trabalho exerce um papel importantíssimo na vida do ser humano, pois faz parte da formação da identidade e permite que cada um exerça seu papel na sociedade. Contudo, diversos fatores podem desencadear a dependência química na rotina profissional, colocando em xeque toda a confiança que foi depositada pelos colegas e pela empresa.

Competitividade, estresse, más condições de trabalho, pressão por parte dos superiores, entre outros aspectos do dia a dia de um trabalhador, podem levá-lo a desenvolver um quadro depressivo e consequentemente ao uso de substâncias psicoativas para amenizar seu sofrimento.

As drogas lícitas e a dependência química na rotina profissional

Um retrato nítido desse cenário pode ser notado a partir dos dados que mostram o aumento do consumo de álcool na casa dos 43% em apenas uma década. Estes números confirmam que os brasileiros estão entre as populações mundiais que mais consomem essa droga na atualidade.

Além disso, vale lembrar que apesar de ter diminuído cerca de 30% nas duas últimas décadas, a quantidade de fumantes no Brasil ainda é alta quando comparado a outros países, com mais de 7 milhões de mulheres e 11 milhões de homens que fazem uso do tabaco.

Tanto o consumo de álcool como o tabagismo, afetam a produtividade e a capacidade de administração das tarefas no trabalho, sem contar o fato de que dados como os levantados acima, representam um grave problema de saúde pública.

O abuso do álcool pode aumentar em cerca de 50% o risco de câncer de mama nas mulheres, além de aumentar drasticamente o risco de infarto e do desenvolvimento de doenças como esquizofrenia, demência e depressão profunda.

Da mesma forma, o cigarro aumenta significativamente o risco de câncer de pulmão, boca e estômago, e ainda contribui para quadros de depressão, Alzheimer, cardiopatias e complicações oftalmológicas, como glaucoma e catarata.

Como é possível perceber, essas substâncias podem comprometer drasticamente a qualidade de vida, de maneira que o trabalhador terá suas capacidades físicas e mentais bastante diminuídas, podendo até mesmo perdê-las por completo.

 

imagem Pixabay

 

O consumo de drogas, como o álcool e o tabaco, apesar de ser aceito pela sociedade, leva a mudanças no funcionamento do cérebro, sendo que os mecanismos de recompensa se tornam responsáveis pelo vício.

Pensando assim, a necessidade de buscar pela substância não se restringe somente aos horários de lazer, com o indivíduo passando a sofrer os efeitos da dependência química na rotina profissional.

As drogas ilícitas e a sua relação com dependência química na rotina profissional Maconha - Tetra-hidrocanabinol (THC)

Mesmo parecendo inofensiva em um primeiro momento, a maconha pode ser considerada como um perigo real para a rotina laboral, tendo em vista que qualquer elemento ingerido pelo corpo humano tem a capacidade de afetar seu equilíbrio, positiva ou negativamente.

Contudo, a manifestação tardia de alguns problemas bastante sérios causados por esta substância, torna seu uso mais aceito socialmente quando comparado a outras drogas psicotrópicas.

Sem se dar conta sobre efeitos negativos no curto prazo, o usuário pode pensar que o consumo não trará prejuízos futuros, mas a dependência química na rotina profissional com certeza representa um problema grave.

A maconha é uma substância lipossolúvel, que se liga às moléculas de gordura responsáveis por diluí-la. Essa característica contribui para que seus efeitos permaneçam durante mais tempo no sistema nervoso central, o que pode causar diversos problemas neurológicos.

O tetra-hidrocanabinol, ou THC (principal componente psicoativo da maconha) é processado no hipocampo cerebral, que está diretamente relacionado com as funções de aprendizagem.

A longo prazo, o uso desta substância pode fazer com que o cérebro fique impedido de registrar novas informações, ocasionando um efeito destrutivo para a memória de curto prazo e dificultando a habilidade de executar tarefas simples no ambiente de trabalho.

Além disso, usuários de maconha frequentemente passam a adquirir dívidas e aderem a comportamentos violentos, podendo atentar contra sua própria vida e à vida de seus amigos e familiares.

A dependência química na rotina profissional por sua vez, ocorre devido ao cérebro precisar se ajustar ao efeito da substância no organismo, e ele alcança esse resultado reduzindo a quantidade de receptores de dopamina.

A partir daí, o usuário precisa de uma quantidade cada vez maior da droga, para conseguir  atingir o mesmo efeito que tinha quando começou a consumi-la.

Cocaína - Benzoilmetilecgonina

Mesmo sendo uma droga ilegal, além de uma das mais fortes e perigosas que se tem registro no mundo, a cocaína é consumida por diversas pessoas que buscam por uma sensação de confiança e euforia no ambiente de trabalho.

Apesar dos efeitos que muitos usuários procuram ao fazer uso desta substância, as suas implicações colaterais podem sem dúvida representar uma grande ameaça à saúde do trabalhador.

Em um primeiro momento, a droga é capaz de causar agitação intensa, além de aumento de desejo sexual, sensação de agilidade mental e maior percepção sensorial.

 

imagem: Pexels

 

Sob o efeito da cocaína, o usuário se sente bem mais autoconfiante e inundado por um poder absoluto, além de se tornar mais dinâmico, com o poder da palavra, com força, onipotência e beleza, fatores que fazem total diferença no ambiente laboral.

Entretanto, depois de ter passado pelo momento de excitação, o usuário passa a ser invadido por um forte sentimento depressivo, além de insônia e falta de apetite, entre outras complicações.

Com o uso contínuo desta substância, a euforia inicial passa a não surtir mais efeito, ocorrendo uma sensação de desprazer e abatimento. Isso faz com que o indivíduo queira consumir novamente, causando rapidamente um quadro de dependência.

A partir deste momento, o usuário dificilmente conseguirá se libertar do vício sem o auxílio de uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, entre outros, que sejam capacitados para lidar com este tipo de problema.

Para isso, ele precisará ser removido para uma clínica de recuperação para dependentes químicos e alcoólatras em São Paulo ou em outras regiões do Brasil, onde receberá o suporte necessário para retomar sua vida. 

Vale lembrar que o consumo da cocaína, mesmo que por um curto período de tempo, pode acarretar diversos efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, ataques de pânico, agitação, ansiedade, irritabilidade e paranoia.

Além disso, o usuário pode desenvolver sintomas como, dores no peito, aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, insuficiência renal e problemas respiratórios.

A cocaína também pode ocasionar quadros de agitação, irritabilidade, ansiedade e paranoia, que podem levar este indivíduo a se tornar irracional e agressivo.

Todos estes sintomas podem ocasionar o desenvolvimento de doenças psicóticas e o aumento da pressão sanguínea e da frequência cardíaca, fatores que facilmente podem levar o usuário à óbito.

Por todos estes motivos, chegamos à conclusão de que a dependência química na rotina profissional pode acarretar diversos problemas, que não somente irão dificultar o desenvolvimento de suas atividades laborais, como também devem prejudicar o usuário em praticamente todos os aspectos da sua vida.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.