28/01/2022 às 13h30min - Atualizada em 28/01/2022 às 03h25min

Cardiologista fala sobre situação da pandemia de Covid-19 no Brasil

Dr. João Vicente da Silveira, que atende casos da doença em São Paulo, falou a respeito da relação entre o vírus e o coração

- Foto: Reprodução / Facebook

O Jornal da Economia conversou na segunda-feira (24) com o médico cardiologista Dr. João Vicente da Silveira (conheça mais em www.drjoaovicente.med.br) sobre a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil, que novamente vem se intensificando com o aumento de casos e internações por causa da variante Ômicron. O profissional, que atende casos da doença em São Paulo, falou a respeito da relação entre o vírus e o coração e, de maneira objetiva, explicou que com o coronavírus todo o corpo sofre uma avalanche de células inflamatórias, que podem se agravar e atingir até mesmo o órgão tratado em questão.

“O coração é um músculo que pode inflamar. Ele é envolto por uma membrana chamada pericárdio, que na manifestação inflamatória aguda costuma também inflamar, e aí começa a desencadear todo um processo patológico envolvendo não só o coração, como também todos os vasos do organismo”, disse o médico.

Questionado sobre a definição do termo “Covid prolongado”, João Vicente afirmou que isso se dá quando, quatro semanas após passar pelo período de quarentena que a doença impõe, a pessoa continua com sintomas do coronavírus.

“Como é uma doença nova, nós estamos descobrindo a cada dia manifestações de complicações da Covid, por exemplo, o ‘Covid prolongado’ é uma doença que persiste após a doença ter passado da sua fase inicial aguda. Nós temos visto, na nossa linha de frente, pacientes jovens acometidos pelo vírus que tiveram a manifestação leve da doença e, posteriormente, isso evoluiu para diabetes, hipertireoidismo ou até mesmo hipotireoidismo e pancreatite. Essas complicações tardias nós estamos vendo cada vez mais frequentemente”, declarou ele, exemplificando o problema com o caso de um paciente jovem que desenvolveu hipertensão após se recuperar da Covid-19.

Vacinação infantil

Durante a entrevista, também foi abordada a imunização em crianças que, iniciada na semana passada, ainda gera muitas dúvidas e preocupação em pais ou responsáveis. Sendo assim, o cardiologista comentou que avalia o caso com tristeza, pois, de acordo com ele, existe um desserviço muito grande até mesmo a nível federal a respeito das vacinas contra o coronavírus.

“Esse contexto global de fake news sobre a vacinação e pessoas não acreditando nos imunizantes acaba contribuindo para que cepas se disseminem e cada dia aumente o número de pacientes que estão ficando doentes. É com grande preocupação que a gente vê isso”, disse o profissional, ressaltando que atualmente cabe à população se unir e acreditar em pesquisadores que fazem ciência e trabalham baseando-se em resultados.


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