21/01/2022 às 09h30min - Atualizada em 21/01/2022 às 03h20min

Biomédica fala sobre falta de testes para Covid-19 em São Roque

Camila Puk explica que a alta demanda de exames deve permanecer pelas próximas três semanas, levando em conta o histórico de 2021

- Foto: Reprodução / Facebook
Fonte: CNN Brasil

Devido ao avanço da variante Ômicron, uma linhagem altamente transmissível do novo coronavírus, todo o Brasil vem sofrendo com a falta de testes para Covid. Nesta quinta-feira (20), o país registrou 168.495 casos da doença nas últimas 24 horas e, com isso, a média móvel de casos — considerando os últimos sete dias — está em 110.047, a maior desde o início da pandemia, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Diante da situação, o Jornal da Economia conversou com Camila Puk, biomédica responsável pela supervisão do Laboratório Precision de São Roque, que falou sobre a ausência provocada pelo aumento no número de testagens em 2022. “É desagradável tanto para nós do laboratório quanto para a pessoa que vem buscar o teste e não encontra. Está bem complicado, porque os testes acabaram e os fornecedores que conseguem atender fazem isso com uma quantidade muito menor do que a que a gente esperava”, afirmou a profissional, que atribui o fato a um ‘boom’ de contaminação.

“A gente já estava com uma queda no número de testes de Covid e, só para a gente ter uma ideia, em 2021 o recorde semanal de testagem da Precision de São Roque foi na faixa de 680 testes, e a gente já estava fazendo na faixa de 50 a 60, então o teste já tinha caído muito nacionalmente”, explicou Camila.

Um levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontou que o número de testes realizados nas farmácias do país bateu o recorde diário, com 86,3 mil exames realizados no dia 12 de janeiro.

Um estudo feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp) mostrou que 88% dos laboratórios privados no estado enfrentam dificuldades para a reposição de testes de Covid-19 e Influenza.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também alertou que, assim como em outras partes do mundo, a elevada demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 causou à área de medicina diagnóstica brasileira a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.

Com relação às suas expectativas em meio à procura por testes, Camila Puk diz que a alta demanda deve permanecer pelas próximas três semanas, levando em conta o histórico de 2021 e as festas de fim de ano. “Isso aconteceu em janeiro de 2021, só que ficou na faixa de 300 testes. Neste ano começamos testando 300 e 15 dias depois a gente estava realizando 850 testes por semana, um recorde desde o início da pandemia de coronavírus”, disse a biomédica ao JE.


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