08/06/2021 às 15h07min - Atualizada em 08/06/2021 às 15h07min

Vereador de Mairinque diz que pessoas LGBTQIA+ morrem porque 'andam com noia e bandido'

Declaração de Rodrigo do Vitória (PSL) foi feita depois de uma fala de outra vereadora, Emily Idalgo (PT), sobre morte de jovem registrada em São Roque

- Foto: Reprodução / Internet
Fonte: Portal G1

Um vereador de Mairinque afirmou, em meio a uma sessão da Câmara Municipal de segunda-feira (07), que pessoas LGBTQIA+ morrem porque "andam com noia e bandido". A declaração foi feita após uma fala de outra vereadora, Emily Idalgo, sobre a morte de Yago Nobre, um jovem de 21 anos que foi encontrado morto em São Roque, e também sobre o preconceito contra o movimento. Ela relembrou outros casos que ocorreram na região e pediu um minuto de silêncio.

Duas outras parlamentares também fizeram menção à morte de Yago e, momentos depois, o vereador Rodrigo do Vitória (PSL) iniciou seu comentário. "Vocês vão continuar morrendo. Enquanto vocês estiverem andando com pessoas erradas, com 'noias' e bandidos, vão continuar morrendo. Porque essa que morreu, de lá do Vitória, estava com um cara errado, com um 'noia'", disse o vereador, fazendo referência a Luara Redfield, jovem transexual encontrada morta em Mairinque após ter sido assassinada pelo namorado em agosto de 2020.

Emily Idalgo então pediu um espaço para resposta e começou dizendo: "tem gente ruim em todo lugar. Não sei se você conhece o mundo, mas é assim". Logo em seguida, a vereadora foi interrompida por Rodrigo e os dois iniciaram uma discussão até receberem a intervenção do presidente da Câmara, que pediu ordem durante a sessão. Momentos depois, a transmissão foi pausada.

O G1 esteve em contato com Rodrigo do Vitória e, em nota, o parlamentar informou que "não tem nada contra a comunidade LGBTQIA+ e que não falou isso em nenhum momento da sessão".

Rodrigo ainda declarou que teve sua página nas redes sociais atacada com xingamentos ao presidente Jair Bolsonaro. "Quer respeito, tem que dar respeito, e não fazer politicagem em cima do cargo e da dor da família", afirma.

Já Emily Idalgo diz que usou do espaço "tema livre" para falar sobre o mês da diversidade. Sobre o comentário do vereador, a parlamentar afirma que considera a fala "preconceituosa porque extrapola uma situação específica para toda uma comunidade composta por milhões de pessoas no Brasil. A fala do vereador representa a expressão da LGBTfobia e do preconceito".

O Movimento LGBTQIA+ de São Roque e Região também falou sobre o caso, destacando que "repudia veemente a fala do vereador" e que "sua colocação é a mesma da turma que tenta dizer que ser homossexual é doença", além de escrever que "entrará com uma denúncia por sua fala no MP e na Câmara exigindo retratação pública".


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