O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou uma solicitação do procurador-geral da República, Augusto Aras, para que ele deixasse a relatoria do inquérito sobre exportação ilegal de madeira que procedeu em buscas contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na semana passada.
No pedido, apresentado na última terça-feira ao STF, Aras declarou que o caso deveria ser conferido pela ministra Cármen Lúcia, relatora de outro caso que envolve Salles – a notícia – crime apresentada pelo ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, contra o ministro, por supostamente atrapalhar a checagem da maior apreensão de madeira do Brasil.
Sendo assim, o procurador-geral da República disse no pedido que, na dúvida, a presidência do STF deveria ser consultada.
Moraes respondeu à solicitação no mesmo dia. Classificou-a de sui generis – ou seja, peculiar –, indicou que os fatos apurados nos dois casos são diferentes e afirmou que "não há qualquer dúvida" de que cabe a ele a relatoria do inquérito sobre a exportação ilegal de madeira.
A investigação que está com Moraes é resultado da operação Akuanduba, deflagrada no último dia 19, e que averigua a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa com envolvimento de agentes públicos do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).