17/03/2021 às 22h13min - Atualizada em 17/03/2021 às 22h13min

Quais são os riscos de rejeição a próteses de silicone

Foto: Pixabay

Colocar uma prótese mamária, por necessidade ou questões estéticas, é uma decisão que requer o acompanhamento de um cirurgião plástico especialista. Como todas as intervenções, o trabalho é realizado de forma que tudo ocorra bem e o resultado seja alcançado.

No entanto, sempre que um elemento estranho é colocado no organismo, há uma reação de defesa. Como o corpo não consegue expulsar o implante, ele desenvolve uma membrana bem fina em torno da prótese, para isolá-la. Sendo uma proteção natural, essa película não causa danos à saúde, apenas deixa o seio mais firme e ajuda a fixar a prótese na mama.

Quando essa cápsula fibrosa fica muito espessa, ela pode começar a comprimir a prótese, causando diferentes graus de endurecimento, o que é chamado de contratura capsular. Em graus maiores, essa complicação pode ser classificada como rejeição.

As chances costumam ser baixas, em torno de 0,5%, se forem utilizadas próteses com tecnologias avançadas. Porém a rejeição é uma possibilidade que ressalta a importância de respeitar as orientações médicas e estar atenta no pós-operatório, além de relatar qualquer alteração.

Sintomas 

A causa de rejeições a próteses mamárias de silicone ainda não foi identificada pelos médicos. A reação costuma ocorrer um mês após a cirurgia, mas há relatos de pacientes que tiveram problemas anos após o procedimento. 

Os sinais mais comuns são sentir a mama dolorida, inchada e rígida, diferença no formato dos seios, ondulações na superfície da prótese ou senti-la se contrair dentro do corpo. O motivo desses sinais é que a cápsula fibrosa que envolve o implante força essas contrações. 

Há quatro graus do encapsulamento da prótese. No primeiro, não há incômodos nem alterações estéticas; no segundo, a paciente sente levemente o implante ao apalpar a mama, mas ainda não há alterações visíveis. No terceiro grau, o implante pode ser sentido ao apalpar a mama e é percebida assimetria em relação ao outro seio; já no quarto grau, a mama fica endurecida, há assimetria grave e dor constante.

A partir do terceiro grau, os especialistas consideram que há sinais de rejeição, porque os sintomas são mais intensos e a prótese sai do lugar onde foi colocada, causando deformidade na mama. Há casos ainda mais raros em que a pressão é tanta que rompe o material do silicone.

Diagnóstico e tratamento

No caso de incômodos constantes, é necessário procurar o médico para avaliar os procedimentos necessários.

Os diferentes graus apontam que há possibilidade de os sintomas não serem evidentes. Por isso, é importante estar em dia com os exames de rotina atualizados. O problema é diagnosticado por meio de exames de imagem como ultrassonografia das mamas, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

A indicação de tratamento varia conforme as características do grau diagnosticado na paciente. Corticoides em comprimido ou injetáveis podem ser opçãos para tratamento clínico em uma contratura capsular nos graus 1 ou 2. Qualquer medicação só pode ser administrada sob orientação médica.

Caso o nível da rejeição seja mais elevado, a provável ação é a substituição da prótese, que pode não ocorrer imediatamente. Se houver inflamação, o sintoma deve que ser tratado, até a paciente se recuperar, um processo que leva entre três e seis meses. Só então, a mama poderá receber um novo implante.

Outra opção é a capsulotomia, ou seja, a retirada a prótese a fim de que sejam feitas incisões para relaxar na cápsula. Nesse caso, o médico decide se o mesmo implante será recolocado ou substituído.

Medidas preventivas

Em se tratando de saúde, todos os cuidados devem ser tomados nos mínimos detalhes. Na colocação de uma prótese mamária, não seria diferente. 

O primeiro passo é pesquisar se o cirurgião plástico escolhido está habilitado para realizar o procedimento e faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O segundo é ter certeza de que a prótese de silicone escolhida está entre as marcas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Estes dois cuidados parecem óbvios. No entanto, mesmo assim, é ainda comum a imprensa divulgar casos de pacientes que se submeteram a cirurgias com profissionais não habilitados ou com uso de substâncias desaprovadas pela Anvisa e tiveram consequências graves e até mesmo fatais.

Após a colocação das próteses, é preciso manter a rotina de consultas e de exames para acompanhar a saúde da mamas, a fim de identificar problemas com antecedência.

 


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