Colocar uma prótese mamária, por necessidade ou questões estéticas, é uma decisão que requer o acompanhamento de um cirurgião plástico especialista. Como todas as intervenções, o trabalho é realizado de forma que tudo ocorra bem e o resultado seja alcançado.
No entanto, sempre que um elemento estranho é colocado no organismo, há uma reação de defesa. Como o corpo não consegue expulsar o implante, ele desenvolve uma membrana bem fina em torno da prótese, para isolá-la. Sendo uma proteção natural, essa película não causa danos à saúde, apenas deixa o seio mais firme e ajuda a fixar a prótese na mama.
Quando essa cápsula fibrosa fica muito espessa, ela pode começar a comprimir a prótese, causando diferentes graus de endurecimento, o que é chamado de contratura capsular. Em graus maiores, essa complicação pode ser classificada como rejeição.
As chances costumam ser baixas, em torno de 0,5%, se forem utilizadas próteses com tecnologias avançadas. Porém a rejeição é uma possibilidade que ressalta a importância de respeitar as orientações médicas e estar atenta no pós-operatório, além de relatar qualquer alteração.
SintomasA causa de rejeições a próteses mamárias de silicone ainda não foi identificada pelos médicos. A reação costuma ocorrer um mês após a cirurgia, mas há relatos de pacientes que tiveram problemas anos após o procedimento.
Os sinais mais comuns são sentir a mama dolorida, inchada e rígida, diferença no formato dos seios, ondulações na superfície da prótese ou senti-la se contrair dentro do corpo. O motivo desses sinais é que a cápsula fibrosa que envolve o implante força essas contrações.
Há quatro graus do encapsulamento da prótese. No primeiro, não há incômodos nem alterações estéticas; no segundo, a paciente sente levemente o implante ao apalpar a mama, mas ainda não há alterações visíveis. No terceiro grau, o implante pode ser sentido ao apalpar a mama e é percebida assimetria em relação ao outro seio; já no quarto grau, a mama fica endurecida, há assimetria grave e dor constante.
A partir do terceiro grau, os especialistas consideram que há sinais de rejeição, porque os sintomas são mais intensos e a prótese sai do lugar onde foi colocada, causando deformidade na mama. Há casos ainda mais raros em que a pressão é tanta que rompe o material do silicone.
Diagnóstico e tratamentoNo caso de incômodos constantes, é necessário procurar o médico para avaliar os procedimentos necessários.
Os diferentes graus apontam que há possibilidade de os sintomas não serem evidentes. Por isso, é importante estar em dia com os exames de rotina atualizados. O problema é diagnosticado por meio de exames de imagem como ultrassonografia das mamas, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
A indicação de tratamento varia conforme as características do grau diagnosticado na paciente. Corticoides em comprimido ou injetáveis podem ser opçãos para tratamento clínico em uma contratura capsular nos graus 1 ou 2. Qualquer medicação só pode ser administrada sob orientação médica.
Caso o nível da rejeição seja mais elevado, a provável ação é a substituição da prótese, que pode não ocorrer imediatamente. Se houver inflamação, o sintoma deve que ser tratado, até a paciente se recuperar, um processo que leva entre três e seis meses. Só então, a mama poderá receber um novo implante.
Outra opção é a capsulotomia, ou seja, a retirada a prótese a fim de que sejam feitas incisões para relaxar na cápsula. Nesse caso, o médico decide se o mesmo implante será recolocado ou substituído.
Medidas preventivasEm se tratando de saúde, todos os cuidados devem ser tomados nos mínimos detalhes. Na colocação de uma prótese mamária, não seria diferente.
O primeiro passo é pesquisar se o cirurgião plástico escolhido está habilitado para realizar o procedimento e faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O segundo é ter certeza de que a prótese de silicone escolhida está entre as marcas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Estes dois cuidados parecem óbvios. No entanto, mesmo assim, é ainda comum a imprensa divulgar casos de pacientes que se submeteram a cirurgias com profissionais não habilitados ou com uso de substâncias desaprovadas pela Anvisa e tiveram consequências graves e até mesmo fatais.
Após a colocação das próteses, é preciso manter a rotina de consultas e de exames para acompanhar a saúde da mamas, a fim de identificar problemas com antecedência.