Matemática: demanda por novos profissionais está em constante crescimento

O curso de formação de professor de Matemática é o terceiro entre os 15 com o maior número de matrículas de graduação em licenciatura no Brasil. Os dados do Censo da Educação Superior 2020, ano base 2019, registraram 95.789 matrículas nesta formação.

Em contrapartida, de acordo com os mesmos dados do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a média de concluintes nos cursos de matemática está em 0,7 para cada 10 mil habitantes. Ou seja, poucos profissionais se tornam disponíveis no mercado.

O site Guia de Carreira ressalta que há várias opções no mercado de trabalho para o matemático. Além da área de ensino ou acadêmica, o formado pode exercer cargos alinhados à economia, engenharia, finanças, seguros, estatísticas, ciência da computação, criação de modelos para gerenciamento ambiental, para análise de dados e para medicina.

O resultado do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) de 2019, divulgado em fevereiro de 2021, aponta que apenas 5% dos alunos terminam o ensino médio com conhecimento esperado de matemática.

A defasagem de aprendizado impacta diretamente no desempenho do estudante que entra ou que depende de disciplinas relacionadas a números nos cursos de exatas. Esse pode ser um dos motivos da baixa média de conclusão identificada no Censo do Ensino Superior.

“Ao longo da trajetória nos estudos, é comum encontrar alunos que tenham receio ou insegurança em disciplinas que envolvam matemática. Muitas vezes, esse medo ocorre por dificuldades na base matemática, em relação a conteúdos vistos há algum tempo que o aluno já não lembra ou não conseguiu aprender completamente”, explica o coordenador de conteúdo do Responde Aí, Jorge Alberto Santos.

Outro ponto que assusta na transição do ensino médio para o universitário é a quantidade de conteúdos que as disciplinas apresentam e demandam para aprendizado. O aluno se desespera com as integrais trigonométricas, as derivadas e outros cálculos. De acordo com Santos, a primeira orientação é não exigir uma “genialidade matemática” de si mesmo.

“Uma boa forma de lidar com os desafios ao longo da formação em cursos de exatas, como matemática ou engenharia, é ter como regra geral durante as disciplinas que é tudo bem não entender a explicação de primeira, errar ou não saber tão bem uma fórmula ou uma equação”, aponta.

Diminuir essa cobrança por um aprendizado imediato abre o caminho para o trabalho de aprender. Jorge Alberto Santos destaca que entender os conteúdos da matemática envolve dedicação e prática.

“Depois disso, é importante que o aluno foque bastante nos exercícios durante seu estudo. O ideal é não gastar muito tempo estudando a teoria, entendendo apenas a ideia central, e depois fazer muitos exercícios. Outra dica é se envolver em projetos práticos durante a formação, como participar de projetos de extensão, iniciações científicas, etc”, ressalta.

Os projetos práticos complementam o aprendizado ao permitirem que o aluno relacione as teorias aprendidas em sala de aula com as demandas reais da sociedade ou de empresas.

De acordo com Jorge Alberto Santos, ao longo da formação em matemática, o estudante desenvolve a capacidade de aliar lógica e criatividade, poder de observação, raciocínio lógico, habilidades para manipular números e equações. Estas competências podem se tornar diferenciais para várias carreiras desempenhadas por quem buscou essa opção de curso universitário.

“Dentro da formação em matemática, diversos assuntos presentes em disciplinas como cálculo ou estatística ajudam a desenvolver habilidades analíticas e o raciocínio lógico. Essas habilidades são extremamente importantes e valorizadas no mercado de trabalho, já que ajudam o profissional a analisar problemas e propor soluções criativas”, analisa Santos.