12/03/2021 às 12h44min - Atualizada em 12/03/2021 às 12h44min

SP entra em fase emergencial após aumento de internações e mortes por Covid-19

- Foto: Divulgação / Governo de São Paulo

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (11) novas medidas de restrição a fim de conter o avanço de casos, internações e mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo. A fase emergencial – nova etapa incorporada ao plano de flexibilização da economia que passa a valer na segunda-feira (15) e vai até 30 de março – atingirá 14 atividades e proíbe, por exemplo, a retirada de alimentos em restaurantes e atividades esportivas coletivas.

Doria iniciou a coletiva dizendo que SP chegou ao momento mais crítico da pandemia e exibiu um vídeo de pacientes internados em hospitais de cidades com lotação máxima. “Eu, pessoalmente, estou bastante triste em anunciar o que temos que anunciar, mas a nossa prioridade desde março do ano passado foi e continua sendo preservar as pessoas, preservar vidas”, afirmou o governador, que divulgou, junto à sua equipe, as restrições que serão adotadas a partir de segunda (confira abaixo).

Novas restrições

Atividades religiosas, como missas e cultos, não podem mais ocorrer presencialmente, mas igrejas permanecem abertas; Campeonatos esportivos profissionais, como jogos de futebol, ficam suspensos; Lojas de material de construção não poderão abrir; Teletrabalho obrigatório para todas atividades administrativas não essenciais; Comércios e restaurantes não poderão operar com serviço de retirada presencial, apenas delivery (24h) ou drive-thru (das 5h às 20h); Proibição do uso de parques e praias em todo o estado; Toque de recolher das 20h às 5h em todo o estado; Antecipação do recesso escolar na rede estadual.

Novas recomendações

Sugestão de escalonamento do horário de entrada de funcionários da indústria (das 5h às 7h), do comércio (das 9h às 11h) e do setor de serviços (das 7h às 9h) para evitar aglomerações no transporte público; Uso de máscara em ambientes internos, inclusive entre familiares de residências diferentes; Redução das atividades presenciais nas escolas ao mínimo possível.

O que pode funcionar

Escolas privadas, com 35% da capacidade; Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários); Supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento, feiras livres; Delivery para bares, lanchonetes e restaurantes; Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis; Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos; Serviços de segurança pública e privada; Construção civil e indústria; Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; Outros serviços: lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais.

O governo estadual ainda declarou que o toque de recolher tem o objetivo de dificultar o desejo das pessoas de permanecerem nas ruas e, em resposta a jornalistas, garantiu que irá intensificar a fiscalização. "Eu quero lembrar que nós não estamos fazendo lockdown, nós estamos fazendo uma fase emergencial. Lockdown é a última das últimas medidas, aquela em que você não pode sair de casa em nenhuma circunstância", reforçou João Doria.

"Nós temos muitos trabalhadores informais que ainda saem e se descolam muitas vezes próximo do horário das 20h, retornando pra suas casas. Então, dessa forma, fazer lockdown seria uma situação de guerra, ou estado de sítio, isso não é o que nós queremos. Nós queremos que as pessoas tenham essa consciência de que não devam sair, por isso toque de recolher, que se recolham, respeitando esses horários", disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

Recordes no estado

Com 312 mortes pela Covid-19, São Paulo teve na quarta (10) a maior média móvel de óbitos em toda a pandemia, representando um aumento de 34% se comparada ao registro de 14 dias atrás. Os números também superaram o recorde de agosto do ano passado, quando o índice chegou a 289 mortes diárias, pelo terceiro dia consecutivo.

O estado registrou 517 novas mortes pela doença nas 24h de quarta e 16.058 casos confirmados da doença, além de alcançar seu maior índice em termos de ocupação em UTIs, com 82% dos leitos ocupados.

Morte de duas crianças na região de Sorocaba

Uma bebê de apenas 1 mês e um menino de 3 anos foram as mais jovens vítimas da Covid-19 na região de Sorocaba. De acordo com informações do Portal G1, a recém-nascida – que está entre os 15 pacientes que foram a óbito em decorrência do vírus entre os dias 5 e 10 de março na cidade – não apresentava comorbidade e morreu em um hospital particular de Sorocaba.

Já o menino Bernardo José Rivera, filho do vereador José Rivera, faleceu em Alumínio após contrair o coronavírus. A prefeitura da cidade decretou na quarta-feira (10) luto oficial de três dias pela morte do garoto. "Uma criança que vinha lutando pela vida, mas por complicações da Covid-19 hoje é mais um anjinho", disse a administração, afirmando que Bernardo tinha o quadro estável e aguardava vaga de leito de terapia intensiva via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) para algum município da região.

A Secretaria de Saúde, responsável pelo Cross, foi procurada pelo G1 e informou que estava apurando sobre o caso do menino.

Brasil bate recorde de mortes

Além do estado, o país vive a fase mais agravante com relação à pandemia. Na quarta-feira, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) confirmou na quarta-feira (10) mais 2.286 mortes por Covid-19 — o maior aumento diário desde março de 2020, que até então pertencia ao recorde de terça-feira (09), quando 1.972 óbitos entraram na contagem.

Com a atualização no dia 10, o Brasil ultrapassou 270 mil vítimas do novo coronavírus. O país possui a segunda maior contagem de mortes pela doença em nível mundial, ficando atrás somente dos Estados Unidos. 

A ocupação de leitos ultrapassa 90% em 12 estados e no Distrito Federal, como mostrou um levantamento feito pela CNN juntamente com secretarias estaduais de Saúde.


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