28/11/2020 às 08h45min - Atualizada em 28/11/2020 às 12h19min

Casos de coronavírus voltam a subir em São Roque

Ocupação de leitos de UTI também cresceu na cidade

Da Redação: Rafael Barbosa

São Roque voltou a enfrentar um aumento no número de casos de coronavírus após dois meses de queda e estabilização nos índices de infecção por covid-19. Segundo dados divulgados ao longo dos meses pela Prefeitura Municipal, a pandemia chegou oficialmente a São Roque no dia 07 de abril, com a confirmação de dois casos, número que chegou a 25 até o final daquele mês e passou a crescer de forma ininterrupta por três meses, alcançando seu maior índice em julho, quando o município registrou 206 novos casos.

Em agosto os números se mantiveram estáveis, com 205 casos, e a partir de setembro o município registrou sua primeira queda no número de infectados pela covid-19, quando foram registrados 151 novos pacientes com a doença, índice que se manteve estável em outubro, quando a cidade registrou 161 novos infectados.

Apesar do aumento em relação ao mês anterior os números ainda eram positivos em outubro pois mostraram apenas um pequeno aumento apesar da cidade ter passado a realizar mais testes, que passaram também a ser feitos em pacientes assintomáticos realizados em pessoas que já tinham consultas marcadas nos postos de saúde e que se submetiam ao conhecido “teste rápido”. Este teste não tem o mesmo nível de precisão dos testes em laboratório, que continuaram a ser feitos em São Roque, porém forneciam informações importantes sobre a proliferação do vírus, sendo também utilizados em outros países.

Infelizmente a situação começou a piorar em novembro, onde apesar de ainda faltarem alguns dias para o final do mês, a cidade já conta com um expressivo aumento no número de casos de coronavírus, totalizando 269 pessoas com a doença, número que já caracteriza novembro como o pior do município no enfrentamento da covid. Até o fechamento desta matéria a cidade contava com 1213 casos desde o início da pandemia

Outras cidades da região, como Mairinque também enfrentaram um aumento no número de pacientes infectados este mês. Segundo informações da Prefeitura Municipal, entre setembro e novembro a cidade contou com respectivamente 86, 68 e 87 casos (até o dia 25 de setembro).

Por outro lado, a Prefeitura de Araçariguama informou uma a queda no número de casos, sendo que entre setembro e novembro o município teve com respectivamente 100, 76 e 32 casos (até o dia 25 de setembro).

A reportagem do Jornal da Economia também questionou os índices de Ibiúna e Alumínio a suas respectivas prefeituras, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria.

Porém o enfrentamento da covid-19 em São Roque traz um detalhe fundamental e mais dramático com relação as cidades do seu entorno que é o aumento da ocupação de leitos nas UTIs.

Ocupação de UTIs

Existe outro fator preocupante com relação aos índices de enfrentamento da cidade: o número de leitos ocupados em UTIS. São Roque conta atualmente com 16 leitos de terapia intensiva específicos para o tratamento do covid-19, sendo que 10 estão dispostos na ala covid da Santa Casa de São Roque, para pacientes SUS, que também conta com 28 leitos de enfermaria (25 adultos, 2 pediátricos e 1 de estabilização).

Uma estrutura que contribuiu para salvar vidas e que vinha lidando bem com a demanda de pacientes até o momento. Desde a ampliação do número de leitos de UTI, na Santa Casa de São Roque para os atuais 10, o quadro geral era dos números de leitos em enfermaria superarem a ocupação de leitos de terapia intensiva e nos poucos momentos em que isto não ocorria, eram raras as vezes em que a ocupação de UTI passasse de cinco pacientes.

Entretanto desde de o dia 15 deste mês a ocupação de leitos de UTI não apenas passou a superar o de camas em enfermarias, como desde o dia 18 a ocupação apenas cresceu até atingir a taxa de ocupação de 10 leitos, número de ocupação que se manteve até esta sexta-feira, que também conta com a ocupação de 10 leitos de enfermaria.

O grande número de ocupações de leitos de terapia intensiva tem gerado preocupação de que o aumento dos casos de covid-19 possa comprometer a estrutura da saúde municipal dedicada ao combate do coronavírus.

Porém a ocupação de leitos de UTI traz um impacto que vai muito além dos pacientes que precisam de tratamento no município, se estendendo até a economia da região.

Avaliação do Plano São Paulo

São Roque e as outras cidades de seu entorno tem evoluído nas avaliações do Plano São Paulo, planejamento de reabertura econômica desenvolvido pelo governo estadual, com base nos índices de combate ao covid-19 desenvolvidos em cada região.

Atualmente São Roque e toda a região de Sorocaba se encontram na fase verde do plano São Paulo, bem como cerca de 70% das cidades do estado, porém existe a possibilidade deste quadro regredir na nova atualização do plano, que acontecerá no dia 30 de novembro e não só pelo aumento dos casos na região, mas também pela taxa de ocupação de leitos de UTI, que é um fator essencial na avaliação de cada região.

Embora a taxa de ocupação em São Roque seja preocupante, outras cidades maiores podem exercer um fator fundamental num eventual retrocesso. Segundo informações divulgadas pelo Portal G1, após dois meses, a Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba voltou a registrar nesta terça-feira (24), 85% de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19. O índice traz preocupações já que Sorocaba, que até o final de novembro deve registrar um número maior de casos de covid-19 do que o visto em outbro, já enfrentou situações seríssimas com relação ao número de casos e vagas em UTIs e que impactaram toda a região, mantendo as cidades de sua zona em estágios mais restritos de flexibilização comercial.

O quadro não é positivo e traz uma possibilidade real de toda a região ter que regredir da fase verde do Plano São Paulo, para estágios mais restritos, o que diminuiria horários de abertura de comércios entre outros pontos importantes. Se isto realmente acontecerá, somente ficaremos sabendo no dia 30, porém o período nos dá um alerta sobre o aumento de casos que ocorre em todo o estado e que pode trazer prejuízos não só a saúde (que é o fundamental), mas também a economia da região.

É importante lembrar que a orientação de todos os governos e órgãos de saúde é a mesma: não podemos relaxar, pois estamos no meio de uma pandemia e além de ainda não existir nenhum remédio especifico para o covid-19 capaz, as vacinas ainda não estão apesar da luta da ciência.

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