24/11/2020 às 11h54min - Atualizada em 24/11/2020 às 15h03min

Traficante indiciado pela morte de Vitória Gabrielly é condenado em dois processos

Jovem teria sido morta por engano pela cobrança de uma dívida de drogas

Fonte / imagem: Portal G1

A Justiça condenou em dois processos o marginal Odilan Alves, indiciado por homicídio e apontado como o cobrador de uma dívida de drogas que terminou com a morte da menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, em Araçariguama. O réu deve cumprir 25 anos de prisão por tráfico de drogas, associação criminosa, posse de arma e munição, somando-se as sentenças da Justiça em Itapevi e da Comarca de São Roque

A condenação na Vara Criminal de Itapevi, feita pela juíza Carolina Hispagnol Lacombe, foi baseada na arma, munições e drogas encontradas por policiais civis na casa dele após sua prisão na cidade de Araçariguama, ocorrida em maio de 2019. Neste processo, em primeira instância, a sentença foi de 15 anos em regime fechado. Apesar da defesa do acusado ter apontado insuficiência de provas e fragilidade dos depoimentos dos policiais, a perícia feita pelas autoridades recuperou anotações da movimentação da contabilidade dos crimes em um notebook e conversas em um celular.

Já no processo na Justiça de São Roque, publicado em 6 de novembro de 2020 pelo juiz Flavio Roberto de Carvalho, Odilan foi condenado há 10 anos de prisão em regime fechado. O acusado havia alegado na época de sua prisão que tinha ido para Araçariguama no dia de sua prisão para conversar com um pedreiro que supostamente havia contratado para construir uma casa na cidade, contudo, foi abordado pelos policiais e levado à delegacia, onde havia um mandado de prisão temporária contra ele por venda de drogas e organização criminosa.

“Como coordenador da associação criada em Araçariguama orientava os associados a agirem com violência conforme destacado, usando o medo e o terror como forma de manter o controle dos pontos de vendas e dos participantes da associação, e da coação a própria comunidade, que era obrigada a aceitar as regras do réu, ou seja, o réu restringia com o medo, e violência a liberdade de muitos, inclusive como ‘julgador’ de um tribunal do crime”, escreveu o juiz.

Relembre o caso

Vitória Gabrielly desapareceu na tarde do dia 8 de junho de 2018, quando saiu de casa para andar de patins, em Araçariguama. Imagens da garota foram registradas por câmeras de segurança e apesar das intensas buscas, o corpo da menina foi encontrado oito dias depois, em 16 de junho, em uma mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu.

As investigações da polícia chegaram a conclusão de que a menina foi morta por engano, ao ser confundida com a irmã de um rapaz que devia para Odilan, que vivia em Itapevi e era conhecido como "irmão Nicolas", "Gustavo" e "Bryan".  O inquérito que investigava a situação foi relatado à Justiça e o réu também foi indiciado por homicídio.

No dia da prisão do traficante, outras quatro pessoas foram presas suspeitas de trabalharem para ele. Três deles foram condenados a três anos de prisão.


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