O governo das Filipinas ordenou, nesta segunda-feira (26), a volta de sua embaixadora no Brasil, Marichu Mauro, após a apresentação de imagens de câmeras de segurança que a mostram agredindo uma empregada doméstica na residência diplomática, em Brasília.
Vídeos que evidenciam as agressões contra a funcionária, também de origem filipina, foram mostrados no domingo (25), no programa Fantástico. As imagens, que são fortes, são utilizadas como provas em uma denúncia feita contra a embaixadora no fim de agosto.
De acordo com informações do Portal G1, o chefe da diplomacia filipina, Teddy Locsin Jr., afirmou na internet que Marichu Mauro deve retornar imediatamente para "explicar os maus tratos com sua equipe de serviços gerais".
A embaixadora está no Brasil desde 2018 e atuava também como representante do país asiático na Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela. O Ministério das Relações Exteriores filipino declarou em um comunicado que ela agora está sob investigação.
Agressões frequentes
As agressões foram registradas através do circuito interno de televisão da residência oficial de Mauro, que fica nos fundos da embaixada, em Brasília. Um funcionário que não quis se identificar visualizou as imagens e fez um pente fino nas gravações junto com um colega. Eles descobriram que a vítima era agredida praticamente toda semana.
Ainda de acordo com o G1, em 12 de março, por exemplo, as câmeras registraram imagens em que a diplomata parece estar discutindo com a funcionária. De repente, Marichu dá um tapa no rosto da empregada e, no instante seguinte, a agressão é interrompida no momento em que uma pessoa aparece abrindo uma porta perto de onde elas estavam.
Já em 19 de agosto, as duas aparecem tentando consertar uma porta da casa. Enquanto a empregada estava abaixada, Mauro deu um puxão nas orelhas da vítima. Além disso, vídeos de 15 de outubro expõem a embaixadora tentando beliscar a funcionária e arrancando a máscara de proteção que ela usa no rosto.
A funcionária agredida tem 51 anos e saiu do Brasil na semana passada. Os representantes do país declararam que ela retornou às Filipinas, de onde vai contribuir com as investigações.
