23/09/2020 às 20h34min - Atualizada em 23/09/2020 às 20h51min

Estudo aponta que vacina chinesa contra o coronavírus não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários

O dado foi divulgado em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (23)

- Foto: Governo do Estado de São Paulo
Fonte: Portal G1

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou que 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam de teste na China não mostraram efeito adverso à Coronavac, vacina contra o coronavírus, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em sociedade com o Instituto Butantan. De acordo com informações do Portal G1, o dado faz parte de uma pesquisa divulgada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23).

"Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança e comprova também a manifestação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando a Coronavac como uma das oito mais promissoras vacinas em desenvolvimento no seu estágio final em todo o mundo", afirmou Doria.

A pesquisa testou a segurança do imunizante em 50.027 voluntários na China. Segundo dados divulgados pela gestão estadual, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo em 5,36% das pessoas que participaram. As reações mais comuns consistiram em dores leves no local da aplicação (3,08%), fadiga (1,53%) e febre moderada (0,21%). Os números foram apresentados em meio a uma coletiva de imprensa.

"Os resultados dos estudos clínicos realizados na China mostraram baixo índice de efeitos adversos e de baixa gravidade. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns em vacinas amplamente utilizadas. A vacina da gripe, por exemplo, produzida pelo Instituto Butantan, apresenta efeitos pouco nocivos como dor no local da aplicação, e não mais do que 10% dos que são vacinados apresentam reação dessa natureza", falou o governador.

Crianças e idosos passaram a receber doses do imunizante em setembro na China, mas o país só faz testes das fases 1 e 2. Segundo o estudo, até o momento foram vacinadas 422 pessoas maiores de 60 anos no país. Também foram vacinados 552 voluntários com idade entre 3 e 17 anos.

No Brasil, que agora está na fase 3 de avaliações da CoronaVac, dos 9 mil profissionais de saúde voluntários, 5.584 já receberam a dose até o último dia 21. Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas diz que os testes precisam ser expandidos para 13 mil voluntários no país. A ampliação, de acordo com o diretor, já está autorizada pela Anvisa. Ainda segundo o G1, deverão ser incluídos nesses testes grupos considerados de risco, como idosos e crianças.

Nesta quarta-feira, o representante do laboratório Sinovac na América do Sul, Xing Han, participou da entrevista na companhia de um tradutor, e afirmou que daqui "um ou dois meses" os resultados finais da fase 3 devem ser divulgados.

Em pesquisa preliminar na China, com 24 mil voluntários, sendo 421 com mais de 60 anos, o governador do Estado de São Paulo disse que a resposta imunológica dos idosos que participaram dos testes da vacina ficou entre 98% e 99%. O governador, também nesta quarta, voltou a falar da pesquisa, baseada nas fases de testes 1 e 2 na China.

"Além de segura a CoronaVac está se mostrando altamente eficiente. Na China, demostraram que a CoronaVac apresentou 98% de eficiência na imunização das pessoas que foram lá testadas", declarou Doria.

Entretanto, Dimas Covas destacou que a eficácia do imunizante só poderá ser comprovada depois que a fase 3, que está sendo realizada aqui no Brasil, for concluída.

"Além de afirmarmos que não houve efeitos adversos graves, nós ainda não temos os dados disponíveis em relação a eficácia. A eficácia será incluída uma vez que terminada a inclusão dos 9 mil voluntários com duas doses vacinais. A partir do dia 15 de outubro poderemos ter o aparecimento dos dados de eficácia que permitirá o registro da vacina na Anvisa. A Sinovac iniciou também um estudo de fase 3 na Turquia e isso vai corroborar o processo de registro dessa vacina no mundo", disse.

João Doria também afirmou que a previsão é a de que a vacinação tenha início na segunda quinzena de dezembro em médicos e paramédicos.

"Deveremos por óbvio aguardar a finalização desta terceira e última fase de testagem, os seus resultados e a aprovação da Anvisa. Mas já em dezembro, na segunda quinzena, poderemos iniciar a imunização de acordo com os critérios de vacinação adotados pela Secretaria da Saúde e dentro do protocolo também do Ministério da Saúde. E os primeiros que receberam a vacina, obviamente, serão médicos e paramédicos", afirmou o governador.


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