23/09/2020 às 08h30min - Atualizada em 23/09/2020 às 01h47min

Pesquisador afirma que estudo pode levar ao uso de vacina da dengue contra Covid-19

Vacina poderia ser usada de modo emergencial

Fonte: CNN
O pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis

Uma pesquisa sobre a relação entre a dengue e uma possível defesa para Covid-19 poderia levar ao uso emergencial de vacina contra a dengue para combater o coronavírus.  Segundo o pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis o estudo sugere uma correlação inversa entre os dois vírus, encontrada por meio de análises que já tem registros na literatura científica mundial. 

"Chegamos a essa conclusão de que talvez exista a possibilidade de uma interação desses dois vírus, que compitam pelas mesmas pessoas e que, com a infecção, cria algum tipo de imunidade cruzada com a Covid-19", afirmou o Professor a CNN.

Catedrático da Universidade Duke, na Carolina do Norte (Estados Unidos) ele afirmou que, se comprovado o estudo, já existem pelo menos, duas vacinas contra a dengue (uma aprovada e outra em estágio final) que poderiam ser usadas como uma medida de emergência para reduzir o número de casos do novo coronavírus antes de uma vacina específica ser desenvolvida.

Segundo Nicolelis, o estudo comparou de dados sobre distribuição geográfica da epidemia de dengue de 2019 e 2020, no Brasil, com a pandemia da Covid-19. "Encontramos uma correlação inversa, ou seja: onde houve dengue, os casos e as mortes de Covid-19 foram menores, e demorou mais para os casos acumularem", explicou ele.

Com os resultados, o grupo começou a estudar cada município e dividir a análise por regiões e teria notado que nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, além de Oeste de São Paulo e Sudoeste do Paraná, foram encontrados municípios com muita quantidade de dengue, mas números mais reduzidos de Covid-19.

"Conseguimos reproduzir essa correlação inversa para 71 países, mostrando que onde houve muitos casos de dengue – como no Vietnã, Paraguai e Nicarágua – teve uma redução dramática da Covid-19", apontou.

Mas apesar da perspectiva positiva, o pesquisador ressaltou que ainda não há uma resposta para a porcentagem dessa aparente proteção.


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