21/08/2020 às 11h38min - Atualizada em 21/08/2020 às 12h25min

Levantamento mostra que Covid-19 ‘rejuvenesceu’ após a flexibilização do isolamento

Análise feita com base em dados do Ministério da Saúde

Fonte / Imagem: Portal Extra

Uma compilação feita pelo Extra a partir de dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica, do Ministério da Saúde concluiu que a reabertura de parte das atividades econômicas em vários estados brasileiros, no começo de junho, coincide com uma explosão de casos de Covid-19 entre pessoas de 20 a 39 anos.

Os estudos do portal mostram um pico de infecções nessa faixa etária 15 dias após o início da flexibilização do isolamento, que é justamente o tempo médio de incubação do novo coronavírus até que surjam os sintomas da doença. Os jovens já representam a maioria dos casos em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

“Os casos entre jovens já eram expressivos nas periferias, onde isso de 'ficar em casa' nunca funcionou na prática. Com a flexibilização, um fenômeno que era periférico se estendeu a toda a cidade. Todo mundo começou a sair. E os mais vulneráveis para a doença grave são os idosos, mas quem leva a infecção para dentro de casa são os mais jovens, que saem para trabalhar”, diz o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas (SP), sobre a relação entre o “rejuvenescimento” da doença e a flexibilização:

O aumento de casos entre a faixa mais nova da população ocorreu inclusive em semanas em que houve uma queda no número de casos de Covid-19 no restante da população, com o pico ocorrendo entre os dias 14 e 20 de junho, com 1.107 pacientes desta faixa etária hospitalizados.

“Segundo dados do Ministério da Saúde, 1.037 jovens entre 20 e 29 anos relataram ter começado a sentir os sintomas da Covid-19 na semana do dia 7 de junho deste ano. O número é 28% maior do que, por exemplo, o que foi registrado na semana que teve início em 10 de maio. E o aumento ocorreu mesmo com uma queda de 12% no total de casos quando comparados os dois períodos”, informou o portal .

Os dados são baseados na data dos primeiros sintomas relatados pelos pacientes e só levam em conta os hospitalizados. Uma pessoa que apresentou seus primeiros sintomas no dia 15 de junho, por exemplo, teve contato com o vírus depois de 1º de junho, uma vez que o período de incubação do vírus no organismo pode ser de dois a 14 dias.

“ O problema é que a doença vem em ondas. E não temos muita clareza de quanto isso vai durar. Tudo o que fazemos hoje veremos como vai se processar na curva daqui a 14 dias” diz Suleiman, ao alertar que o distanciamento social ainda é a melhor estratégia que temos para bloquear a infecção


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