O diretor da mAbxience, Esteban Corley, declarou na quinta-feira (13) à CNN Radio que a empresa argentina de biotecnologia que produzirá o princípio ativo da vacina contra a Covid-19 planeja ter os primeiros lotes em fevereiro ou março de 2021. Portanto, esse é o período provável para a chegada do possível imunizante que a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca produzirão na Argentina para a América Latina.
“Depois de ser produzido no país, o princípio ativo irá para o México, para ser formulado e embalado em seringas”, afirmou Corley.
Segundo ele, estarão disponíveis “cerca de 250 milhões de doses em uma primeira etapa”. Elas serão espalhadas por toda a América Latina, exceto para o Brasil que possui acordos distintos de produção de vacinas.
A Fundación Slim, do magnata mexicano das telecomunicações Carlos Slim, também tem participação no projeto. Graças ao seu financiamento, a vacina terá “preços mais razoáveis”, entre US$ 3 (R$ 16) e US$ 4 (R$ 21), esclareceu o presidente da Argentina, Alberto Fernández.
“É um preço muito diferente do que dizem outros fabricantes”, falou o ministro da Saúde argentino, Ginés González García, que acrescentou: “Isso nos dá maior acessibilidade, especialmente em um país onde existem dificuldades econômicas”.
Apesar de os comunicados terem sido feitos pelos governos da Argentina e do México, tanto o desenvolvimento quanto o financiamento são administrados pelo setor privado. E é preciso considerar o risco de a vacina ter eficácia quando os testes chegarem ao fim.
“Para não esperar até o final dos testes [para então começar a produção], a AstraZeneca pediu às empresas que trabalhassem com risco: ou seja, se a vacina for aprovada, será vendida; se não for, o que foi fabricado será jogado fora”, disse Hugo Sigman, proprietário do Grupo Insud, ao qual a mAbxience pertence, durante entrevista à Rádio Mitre da Argentina.
A vacina já passou pelas Fases 1 e 2 de testes e já entrou na Fase 3, que analisa sua eficácia contra o vírus Sars Cov-2 e contempla a inoculação em milhares de pessoas de diversos países.
“A imunidade com uma dose, segundo um estudo internacional, foi detectada em 91% das pessoas e isso é muito alto; já com uma segunda dose, no segundo mês, 100% foi alcançado”, explicou o ministro da Saúde da Argentina.uin
