29/06/2020 às 22h01min - Atualizada em 29/06/2020 às 22h08min

Presidente da Fiocruz afirma que Brasil ‘assumiu um risco’ para ter uma vacina contra a covid-19

Durante esse período inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses

- Foto: Reprodução / Yahoo Notícias
Fonte: O Globo / UOL

A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade Lima, celebrou a mais recente parceria do Brasil com a Universidade de Oxford, localizada no Reino Unido, que tem a finalidade de produzir uma vacina contra a covid-19. No país, a tecnologia terá o desenvolvimento pela fundação.

De acordo com informações do portal UOL, ainda que não haja garantias de que a vacina terá eficácia, a socióloga defendeu em entrevista ao jornal O Globo, a espécie de sociedade, destacando que ela pode colaborar para que o país supere outras doenças, como a gripe H1N1.

O acordo antecipa a aquisição de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. Se através de testes ela se mostrar eficaz, serão 100 milhões de doses à disposição dos cidadãos brasileiros.

Durante esse período inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses, no valor total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões.

“Assumimos um risco de natureza econômica para ter a vacina no Brasil, um compromisso financeiro, esperando que o produto seja bem sucedido, mas claro que ele pode não se provar eficaz. Há muitas pesquisas sem resposta sobre o coronavírus, e acredito que a escolha desta vacina foi muito bem pensada. Não somos o único país a tomar esta iniciativa. Outros também estão conciliando ensaios clínicos e produção de lotes sem ter certeza sobre o resultado final”, afirmou Nísia Trindade Lima.

A presidente ainda diz que a Fiocruz será capaz de produzir vacinas para a população. “Na verdade, mesmo agora, os insumos farmacêuticos virão de Oxford, mas a produção da vacina será finalizada aqui. Isso requer instalações adequadas e experiência, e a Fiocruz já fabrica vacinas há 120 anos. Podemos contar com o apoio dos pesquisadores de Oxford até chegar a 100 milhões de doses. Quando o processo de transferência de tecnologia for concluído, teremos autonomia para fabricar, a partir do ano que vem, 40 milhões de doses por mês”, esclareceu.

Nísia ressalta ainda que a covid-19 possui uma “série de perguntas sem respostas” e que haverá uma comissão de pesquisadores que acompanharão a fabricação das vacinas.

Ela avalia que uma eventual vacina que age ativamente contra o novo coronavírus pode ainda ajudar o Brasil na preparação para outras epidemias. “Teremos tecnologia para combater uma série de doenças, especialmente os vírus respiratórios, entre eles o H1N1. Há muitas pesquisas que estão usando um vetor viral, como a que estamos trazendo agora, para combater doenças. A própria Universidade de Oxford está recorrendo a esse método para desenvolver vacinas contra o ebola e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers)”.


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