05/06/2020 às 16h45min - Atualizada em 05/06/2020 às 18h22min

USP começa a fazer testes, em animais, de vacina brasileira contra a Covid-19

Vacina busca identificar imunizante rápido e duradouro contra a doença

- Foto: Reprodução / Olhar Digital
Fonte: CNN Brasil

Cientistas do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) passaram a testar, em camundongos, uma potencial vacina contra a Covid-19. A finalidade da pesquisa é identificar um imunizante adequado para produzir uma resposta ágil e duradoura no sistema imunológico dos animais. O estudo é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Já conseguimos desenvolver três formulações de vacinas que estão sendo testadas em animais. Em paralelo, estamos formulando diversas outras para identificar a melhor candidata”, afirmou Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto, à Agência Fapesp.

Para que o projeto seja desenvolvido, serão utilizadas partículas semelhantes ao vírus (VLPs, na sigla em inglês). Elas se aproximam às características de peptídeos e proteínas de vírus, como a de superfície do SARS-CoV-2 – chamada spike –, e, por esta razão, são fáceis de serem reconhecidas pelas células do sistema imune.

Entretanto, as VLPs não possuem material genético do patógeno, o que faz com que elas se tornem seguras para o desenvolvimento de vacinas. Elas são inoculadas com o objetivo de permitir que sejam reconhecidas pelo sistema imunológico, juntamente com antígenos – substâncias que estimulam o sistema imune a gerar anticorpos.

Deste modo, existe a possibilidade de unir as características das VLPs com a especificidade do antígeno. “Com essa estratégia é possível direcionar o sistema imunológico para reconhecer as VLPs conjugadas a antígenos como uma ameaça e desencadear a resposta imune de forma eficaz e segura”, declarou o especialista.

A expectativa dos cientistas é que os testes sejam concluídos até o final deste ano. “Estamos sendo muito cuidadosos com a realização dos testes e tentando responder ao máximo de questões possíveis para conseguirmos avançar com o rigor necessário no desenvolvimento de uma vacina realmente eficaz contra a Covid-19”, disse Cabral.


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