26/05/2020 às 14h03min - Atualizada em 26/05/2020 às 15h41min

PF faz buscas contra governador Wilson Witzel

Investigação sobre irregularidades de hospitais de campanha no Rio de Janeiro

Fonte: Portal G1

A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã desta terça-feira (26), uma operação para averiguar suspeitas de desvios na Saúde do RJ, durante a pandemia de coronavírus. A Operação Placebo cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, sendo um deles realizado no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, e outro na casa dele no Grajaú.

Agentes deixaram Palácio Laranjeiras com um malote com documentos e encontraram no escritório de advocacia da primeira dama, Helena Witzel um contrato de prestação de serviços com a empresa DPAD Serviços Diagnósticos, ligada a Mario Peixoto.

As investigações das autoridades apontam "vínculo bastante estreito e suspeito" entre a primeira-dama do RJ, Helena Witzel, e as "empresas de interesse de Mário Peixoto", empresário dono de fornecedoras para governos que foi preso no dia 14 de maio na Operação Favorito, no último dia 14, que investigava contratações emergenciais e sem licitação para obter contratos milionários de forma ilícita com o poder público durante a pandemia. O empresário nega qualquer ligação irregular.

O Ministério Público Federal (MPF) afirma no pedido de busca e apreensão da Operação Placebo, que há "provável envolvimento da cúpula do Poder Executivo fluminense" em supostos desvios na área da saúde. Os investigadores encarregados do caso dizem que há "prova robusta de fraudes" e indícios da participação ativa de Witzel nos contratos suspeitos com os hospitais de campanha para combater a Covid-19.

Witzel diz que está sendo vítima de ataque

O governador Wilson Witzel fez um pronunciamento no Palácio Laranjeiras poucas horas após ser alvo de busca e apreensão, onde afirmou estar sendo vítima de perseguição encabeçada pelo Presidente Jair Bolsonaro, atribuindo a operação a suposta interferência do Presidente d República na Polícia Federal. "A Polícia Federal deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que passou a fazer aqui no estado do Rio de Janeiro porque o presidente acredita que eu estou perseguindo a família dele e ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente", comentou.

Segundo o governante, outros governadores sofrerão retaliações e que as acusações levantadas contra ele não se sustentam, sendo baseadas em argumentos fantasiosos.

“Quero manifestar minha absoluta indignação com o ato de violência que o estado democrático de direito sofreu. Eu tenho todo respeito ao ministro Benedito, mas a narrativa que foi levada ao ministro Benedito é fantasiosa. Não vão conseguir colocar em mim o rótulo da corrupção”, comentou se referindo ao ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que autorizou a busca.

Deputada antecipa operação

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), antecipou na segunda-feira (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, que a Polícia Federal estava prestes a deflagrar operações contra desvios na área da saúde nos estados. A Deputada é uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, e levantou suspeitas sobre o fornecimento de informações privilegiadas a parlamentar sobre operações da PF.

Bolsonaro parabenizou a realização da PF nesta terça-feira (26) e ao questionado se Zambelli sabia da operação, emendou: "Pergunta para ela."


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