A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou nesta quarta-feira (11), a pandemia de Codiv-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon, mais de 118.000 pessoas foram contaminadas em 114 países. O Brasil tem 34 casos confirmados da doença.
“Lembro a todos os países que estamos pedindo a vocês para ativar e ampliar seus mecanismos de resposta a emergências, comunicar-se com seu pessoal sobre os riscos e como eles podem se proteger, encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos e rastrear todos os contatos [que os pacientes contaminados tiveram]”, disse Adhanon.
“Alguns países estão sofrendo com a falta de capacidade e recursos [para conter o surto]”, afirmou Tedros Adhanon. Dentre aqueles, como citou o diretor-executivo da OMS para Emergências de Saúde, Michael Ryan, está o Irã, onde há escassez de tanques de oxigênio para uso médico.
O SARS-CoV-2 é o primeiro coronavírus a ser classificado como “pandemia”. Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença, assim como a gripe suína (H1N1), declarada como pandemia em 2010.
“Pandemia não é uma palavra para se usar de maneira leve. Se for mal utilizada, é uma palavra que pode causar um medo irracional ou uma aceitação injustificada de que o combate [contra a doença] acabou”, explicou o diretor-geral. A declaração de “pandemia”, segundo Adhanon, não altera as atitudes tomadas pela OMS, nem as ações recomendadas pela organização aos Estados.
“Existe uma chance real” de se reduzir o número de casos confirmados, disse Ryan. “Nós devemos agir sob uma abordagem compreensiva”, concluiu.
Em relação à “abordagem compreensiva”, Ryan defendeu a maior eficiência do rastreamento das pessoas que fizeram contato com pacientes confirmados com o novo coronavírus no lugar de estratégias de contenção, como o fechamento de fronteiras.
Não apenas médicos especializados são capazes de rastrear as pessoas que entraram em contato com enfermos, ressaltou Ryan. O diretor-executivo afirmou que se treinados, voluntários civis e organizações comunitárias podem ser uma opção de ajuda.
Ministro da Saúde afirma que declaração não muda nada para o Brasil
Nesta tarde, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a declaração de pandemia já era esperada e que ela, na prática, não muda nada para o Brasil. Ele retomou uma crítica que já havia feito antes à OMS, afirmando que o órgão demorou para usar essa definição. "Acho que a OMS demorou para decretar pandemia. Lá atrás, nós já tínhamos decretado emergência sanitária de interesse nacional", disse Mandetta.
A emergência sanitária no Brasil foi decretada no dia 4 de fevereiro, antes da confirmação do primeiro caso no país, no dia 26.
"Nós já temos casos confirmados dentro do país, temos transmissão local, não temos ainda transmissão sustentada – que pode ser a próxima etapa. E a cada etapa temos medidas adicionais que vão sendo decretadas", acrescentou o Ministro da Saúde.