12/12/2019 às 18h49min - Atualizada em 12/12/2019 às 18h49min

Professor da FGV diz que investidores terão que assumir riscos após os recentes cortes da Selic

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Para o coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, com mais um corte na taxa Selic, o investidor brasileiro (principalmente aquele jovem que tem foco na formação de uma poupança para suportar o período de aposentadoria) vai precisar aprender a conviver com um risco maior e uma visão de mais longo prazo.

"Até recentemente o brasileiro (de forma geral), quando pensava em se preparar para a aposentadoria, tinha especial predileção por aplicações em renda fixa. Praticávamos taxas básicas de juros que ofereciam rentabilidade bem acima das taxas de inflação, permitindo ganhos acumulados expressivos ao longo do tempo. Por isso dizia-se, de maneira informal, que os aplicadores brasileiros médios eram rentistas e não investidores", diz Ricardo Teixeira.

O professor da FGV ressalta que o cenário mudou com a taxa básica de juros no seu nível histórico mais baixo. Segundo ele, a remuneração do capital aplicado em renda fixa tende a superar levemente a taxa da inflação e, se não houver critério na escolha da aplicação, poderá até mesmo ser superada por ela. "Para garantir que suas aplicações continuem rendendo acima da inflação e permitam a acumulação de capital, o aplicador brasileiro médio precisará reduzir sua aversão ao risco e passar a privilegiar opções de investimentos que possibilitem auferir taxas de remuneração mais elevadas", sugere Ricardo Teixeira.

Teixeira diz ainda que o empreendedor vai receber uma injeção de ânimo, e os pequenos investidores vão precisar encontrar mecanismos que lhes permitam participar na implantação, desenvolvimento e consolidação de novas empresas, com possibilidade de investir e desinvestir, dentro de regras bem definidas. "Mas, claro, num patamar de risco e de retorno muito mais elevado", afirma Ricardo Teixeira.

O especialista destaca que é uma mudança radical com relação à forma preferida, pela média dos brasileiros, de aplicar recursos financeiros. E, de acordo com ele, vai requerer muita educação financeira e uma legislação que evite, na medida do possível e puna exemplarmente, as tentativas de fraude.

"Estamos apenas no início dessa nova etapa e desse novo tempo, no que se refere a investimentos. Precisamos discutir como normatizar esse 'novo mercado', para permitir que o empreendedorismo brasileiro passe a ser financiado, pelo menos em parte e com relativa segurança, por investidores que não necessariamente têm interesses gerenciais no negócio. Temos muitos exemplos de modelos brasileiros únicos no mundo e que atendem bem à nossa realidade. Certamente saberemos criar mais um", acredita o professor da FGV, Ricardo Teixeira.

 

 

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