O Ministério Público pediu à Justiça, nesta terça-feira (15), o afastamento da Prefeita de Araçariguama Lili Aymar, após a prisão de seu marido, o ex-prefeito municipal Carlos Aymar e o Secretário de Governo Israel Pereira da Silva, acusados de cobrarem propina de uma empresa da cidade.
De acordo com o MP, um inquérito civil foi instaurado no início do ano de 2017 por uma representação encaminhada afirmando que Carlos Aymar, ex-prefeito de Araçariguama, estaria exercendo as funções de prefeito.
Aymar também participava, conforme o MP, de reuniões entre o Executivo e vereadores, onde supostamente comandaria certas decisões.
Segundo o documento, Lili Aymar, como esposa de Carlos, teria sido escolhida para concorrer as eleições municipais de Araçariguama para garantir o retorno do marido indiretamente ao cargo de chefe do Executivo.
“Entende o Ministério Público do Estado de São Paulo que Liliane Aymar não mais tem condições de exercer o cargo de Prefeita Municipal de Araçariguama, devendo ser dele afastada liminarmente, dada a urgência da situação instalada na cidade.”
O MP também cita que Aymar tinha uma sala dentro da prefeitura e dali “exigia propina de empresária que pretendia honestamente se instalar no município”.
O documento foi assinado por três promotores Suzana Peyrer Laino Ficker, Wilson Velasco Junior e Washington Luiz Rodrigues Alves.
Em nota, a prefeitura negou que Aymar seja o verdadeiro prefeito, que acompanha a apuração dos fatos e não foi citada e que aguardará as suas manifestações para os autos quando tiver acesso.
Sobre a suposta sala que seria de Aymar no prédio, a prefeitura afirma que o ex-prefeito não tinha e nunca teve sala exclusiva na sede.
“Tais afirmações não condizem com a verdade. Sua frequência na prefeitura estava exclusivamente ligada ao inexorável fato de o mesmo ser esposo da prefeita.”
Ainda segundo a administração municipal, foi nomeada de forma interina da Secretaria de Assuntos Jurídicos Nathalia Ortega da Silva, que assumiu a Secretaria de Governo.
Carlos Aymar e o secretário de governo da prefeitura, Israel Pereira da Silva, tiveram as prisões convertidas em preventiva pela Justiça. A defesa de Aymar teve acesso aos autos e disse que ficou surpresa com a conversão da prisão temporária em preventiva e que irá entrar com um habeas corpus.