27/09/2019 às 17h08min - Atualizada em 27/09/2019 às 17h08min

Por que os sul-coreanos são os melhores gamers do planeta?

Conheça os aspectos socioeconômicos e culturais que consagraram jovens sul coreanos como os praticantes de e-sports mais habilidosos do mundo

Assessoria de Imprensa Foto: Divulgação

Como pólo tecnológico, parece muito simples presumir que as pessoas nativas da Coréia do Sul sejam grandes referências quando o assunto é tecnologia. Afinal, a visão ocidental de povos asiáticos é muitas vezes baseada em estereótipos de pessoas muito inteligentes, cujas afinidades giram em torno de tecnologia quase naturalmente.

 

Mas a origem do estreito envolvimento da sociedade sul coreana com computadores e, posteriormente, com jogos eletrônicos, é um pouco mais conturbada.

 

Fruto de políticas de recuperação após a grave crise econômica  pela qual o país passou na década de 1990, resultante da guerra da Coréia, o uso de computadores como forma de recreação por parte da juventude da Coréia do Sul é razoavelmente recente e está atrelado a uma série de outros fatores, como preços acessíveis e até mesmo densidade demográfica.

 

O objetivo deste texto é tentar justificar, sem viés preconceituoso ou de alguma forma discriminatória, o lugar de destaque de jogadores sul coreanos em campeonatos mundiais de títulos como Overwatch e como ele influencia a procura por sites de apostas por meio de termos como “bet on Overwatch”.

 

Fatores geográficos, econômicos e sociais e o impacto na cultura gamer coreana

 

A Coréia do Sul é um país geograficamente pequeno comparado à sua quantidade de habitantes. Seu território com pouco menos de 100 mil km² e sua população de aproximadamente 51.5 milhões de pessoas fazem da República da Coréia o décimo segundo país mais densamente populado do mundo.

 

Entre outros fatores, isto explica sua verticalização expressiva.

 

Essa alta concentração de pessoas por km² é notada também em escolas. De acordo com os sul coreanos especialistas em e-sports Jaehoon "Laffa" Jeong e David "Viion" Jang, é comum ver até 5 partidas de futebol acontecendo ao mesmo tempo em apenas uma quadra durante o intervalo dos alunos em escolas da Coréia do Sul.

 

Essa constante disputa por espaço termina por levar jovens a buscar outras alternativas de entretenimento durante suas exaustivas rotinas escolares, que normalmente duram o dia todo. Jogos online acabam por ser uma dessas alternativas, uma vez que podem ser jogados em dispositivos móveis, como tablets e smartphones.

 

A popularização dos e-sports e o surgimento da cultura gamer sul-coreana, contudo, é um pouco anterior a isso.

 

A política de recuperação econômica adotada pela Coréia do Sul no final da década de 1990 promoveu a redução nos custos dos computadores. Esta redução foi, em grande parte, responsável pela expansão dos chamados PC Cafes, uma versão das Lan Houses brasileiras, bastante frequentadas por gamers no começo dos anos 2000.

 

Estes estabelecimentos foram muito importantes para o surgimento da subcultura gamer.

 

A forte presença dos jogos eletrônicos na vida dos mais jovens desde então, somada à suas rígidas rotinas escolares, que em alguns casos, chega a até 15 horas por dia, leva à formação de grupos cujos membros partilham sua afinidade pelo universo dos e-sports e, muitas vezes, por um único título.

 

Consequentemente, jovens que não tenham apreço por games ou não façam partes destes grupos podem ser deixados de lado durante atividades sociais entre alunos. Isto pode trazer dificuldades para suas vidas escolares e mesmo resultar em casos de bullying ou agressão.

 

O papel de uma sociedade competitiva no desenvolvimento de pro players

 

Não existe uma modificação genética que transforme brasileiros em estrelas do futebol ou estadunidenses em revelações do basquete, mas combinações sociais que estimulem um grande número de indivíduos a se engajar nessas atividades, elevando as chances desse grupo se destacar.

 

É isso que acontece na Coréia do Sul quando se trata de e-sports. Com pouco espaço e pouco tempo para a prática de atividades físicas ao ar livre, os jovens sul coreanos participam de jogos online com seus amigos como forma de diversão em meio à grandes períodos de tempo dedicados à atividades escolares.

 

O tempo de aula médio dos jovens sul-coreano, por sua vez, é justificado pela forte competitividade entre indivíduos e pela obrigatoriedade do sucesso, traços refletidos também no universo dos e-sports.

 

Isso ajuda a entender porque eles se destacam em competições de e-sports mundiais e nomes como Lee  “Faker” Sang-hyeok ganham cada vez mais destaque.

 

Em 2018, Faker integrou o time que realizou a primeira partida de e-sports em uma edição dos Jogos Olímpicos Asiáticos, um importante passo para o reconhecimento do segmento enquanto prática esportiva.

 

 

 


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