Antônio Abujamra recebe no Provocações da próxima terça-feira(10/6) o diretor do Serviço Social da Indústria de são Paulo (Sesi-SP) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP), Walter Vicioni Gonçalves. O programa da TV Cultura vai ao ar às 23h30.
Walter discute sobre a educação, um assunto que preocupa os brasileiros. Ele ressalta que hoje o sistema educacional no Brasil é uma tragédia, o que resulta num país sem cultura. “Um país que não sabe escolher seus representantes, não vai conseguir identificar semelhanças e diferenças, é um povo que não sabe pensar e reagir à evolução rápida da sociedade”.
Ele explica o termo “pedagogia do exemplo”, de sua autoria. “É a importância do exemplo na educação. Muitas vezes, na escola, nós ensinamos, por exemplo, noções de trânsito. O aluno aprende regras e as escolas trabalham esse programa. Quando ele sai da escola, o pai ou a mãe ou o responsável está na fila dupla. É um contraexemplo. É uma coisa do tipo faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.
Outro ponto que Walter critica é sobre os pais que acham que a responsabilidade de educar é da escola. Ele ressalta que muitos investem em excelentes colégios, mas não convivem com seus filhos. ”Na minha visão, eles têm terceirizado a educação na escola. Recentemente teve uma pesquisa do HSBC no mundo, que mostrou que os pais brasileiros são os que mais investem na educação dos filhos, que estão mais dispostos a colocar dinheiro nessa educação. E isso parecia ser uma conclusão muito boa, que na minha opinião não é, pois muitos não convivem com os filhos”.
Walter também aponta uma possível solução. “Eu entendo que hoje a educação valoriza muito a questão do direito à educação, e não do direito à aprendizagem”. Ele explica que é fundamental reorganizar todo o sistema educacional, como o desenvolvimento do currículo que seja significativo para o aluno. “Um currículo voltado para o pensar e a autonomia do estudante. O aluno é aquele que recebe, é um ser passivo. O estudante é o indivíduo que busca o conhecimento, que passa a ser ator e autor desse conhecimento”, finaliza.
Antônio Abujamra lê Boaventura Souza Santos.