18/04/2019 às 17h15min - Atualizada em 18/04/2019 às 15h22min

Avaliação do cenário econômico para 2019 é tema de reunião plenária no Ciesp Sorocaba

Um 2019 de otimismo e continuidade de crescimento, porém com riscos e incertezas no cenário econômico. Essa foi a avaliação do economista do Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia da FIESP, Denilson Torcate Lopes, durante a palestra “Cenário Econômico 2019”. Ministrada na Regional Sorocaba do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), o evento foi realizado no último dia 11 de abril, durante a reunião plenária da entidade.

 

Antes de entrar no cenário de 2019, o economista apontou o desempenho decepcionante da economia em 2018. Após uma longa e intensa recessão, o PIB cresceu apenas 1,1% em 2017 e 2018. “Foram vários fatores que contribuíram para esse resultado, mas a principal delas foi a incerteza política, seguida do lento aumento do crédito com pequena redução de taxa de juros, desemprego elevado, greve dos caminhoneiros e crise na Argentina”, explica. Ainda de acordo com o economista, o Brasil vive um dos mais lentos processos de recuperação econômica. “Na década de 1980, chamada de década perdida no que se refere ao desenvolvimento econômico, o PIB cresceu 33,5%. Pois, a década atual vai superar a década perdida. De 2010 a 2019, há um PIB projetado de 14,4%, e por isso demos o nome de década de retrocesso. Conseguimos ter uma década pior que a de 1980”, esclarece.

 

Essa intensa e prolongada recessão também provocou sequelas profundas sobre a estrutura operacional do país. A produtividade da mão de obra que já era baixa em relação à fronteira tecnológica (Estados Unidos), caiu ainda mais após a recessão. “Ela já era baixa e hoje ela representa 25% da produção americana”, cita Lopes.

 

Na Indústria de Transformação o PIB cresceu 1,3% em 2018. O seu nível retrocedeu para 2004 e está quase 15% abaixo do pico atingido em 2013. “A participação da Indústria de Transformação no PIB fechou 2018 em 11,3%, nível mais baixo da série histórica iniciada em 1947”, comenta. A taxa de desemprego atingiu 12,4% em fevereiro de 2019, equivalente a 13,1 milhões de desempregados. Em 2018 o número era de 12,6%.

 

Segundo Lopes, a economia deverá crescer em um ritmo mais forte em 2019, conforme antecipa a melhora da confiança e das condições financeiras. “A inflação deve continuar controlada, teremos uma menor taxa de juros e uma recuperação da confiança. Porém, a aprovação da Reforma da Previdência é fundamental para que esse cenário se materialize”, diz.

 

Para 2019, a expectativa é de um crescimento de 2,5% do PIB. No caso do PIB da Indústria de Transformação, é esperado um aumento de quase 3,0%. No entanto, o andamento das reformas e principalmente os riscos externos, são crescentes e com elevado potencial de impacto sobre o desempenho econômico em 2019. “A dubiedade em relação ao ajuste fiscal, e as dificuldades do governo na condução da Reforma da Previdência, acarretará uma reação negativa do mercado e da economia, ficando a dúvida apenas sobre com que força e quando será desencadeado esse processo”, afirma.

 

De acordo com o diretor titular do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, de um modo geral a expectativa é positiva. “Temos que ser cautelosos, pensar positivamente e analisar o contexto nacional, sempre pensando de uma forma regional. O que nós aqui na região vamos fazer para minimizar os impactos desse cenário”, relata.

 

Cenário regional

 

No encontro foi apresentado também o resultado da pesquisa “Expectativas Empresariais da Região de Sorocaba para 2019”, que o Ciesp Sorocaba realizou em parceria com a Verbo Comunicação, para identificar a opinião dos empresários sobre o cenário nestes 100 dias do novo governo. Foram ouvidos 140 empresários de três segmentos econômicos, sendo 52% do ramo de serviços, 34% da indústria e 14% do comércio.  

 

No geral, 54% dos entrevistados acreditam que o desempenho do seu segmento neste ano será “Melhor” do que no ano passado, 28% acreditam que será “Muito Melhor”, 17% que será “Igual” e apenas 1% acreditam que será “Pior” ou “Muito Pior”. O comércio é o segmento mais otimista com 95% dos entrevistados respondendo que 2019 será um ano “Melhor” ou “Muito Melhor” do que 2018.

 

Segundo o estudo, 42% das pessoas ouvidas acreditam que a Tributação é a principal barreira de crescimento e competitividade; 35% dos entrevistados apontaram a Burocracia e 31% a falta de investimentos. Quando analisado isoladamente, o segmento Industrial apontou como fatores que mais impactam no crescimento e na competitividade a Tributação (57%), a Burocracia (30%), os Investimentos (24%) e o Crédito para capital de giro e Taxas de juros (24%).

 

Sobre o Cenário Político, 65% dos entrevistados acreditam que 2019 será um ano “Melhor” ou “Muito Melhor” do que em 2018, contra 15% que acreditam que será “Pior” ou “Muito Pior”, e 20% apostam em um cenário “Estável”. Na questão das contratações, 40% dos entrevistados responderam que tiveram diminuição do quadro em 2018, 16% fizeram novas contratações e 38% se mantiveram estáveis. Em 2019, 44% dos entrevistados disseram ter expectativa de aumento do quadro de funcionários, contra 12% de diminuição e 37% que pretendem manter a estabilidade em relação às contratações. Já em relação aos investimentos, a maioria dos entrevistados (54%) diz que a expectativa é de aumento para 2019, número expressivo quando comparado com 15% em 2018; 29% responderam manter estáveis; 5% visualizam uma diminuição e 12% não souberam responder.

 

Sobre os programas de Eficiência Energética e Conservação de Energia, tema sensível para o segmento industrial, 42% dos entrevistados acreditam que os investimentos se manterão estáveis, 30% apostam em um aumento e 28% na diminuição. Especificamente sobre a Indústria 4.0, 85% dos entrevistados disseram querer conhecer mais, outros 15% se dividem entre quem não se interessa e quem já conhece sobre o assunto. 

Para saber mais sobre as ações do Ciesp Sorocaba, acesse: www.ciespsorocaba.com.br. Outras informações pelo telefone (15) 4004-2900


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