21/03/2019 às 19h08min - Atualizada em 22/03/2019 às 00h00min

Profissional faz alerta sobre cuidados na prática do body piercing em São Roque

da Redação Foto: divulgação

O Body piercing se tornou uma prática corriqueira em todo o Brasil, rendendo resultados estéticos que são admirados por muitos, desde que feitos da forma correta e através de profissionais gabaritados.

Este é o alerta feito por Aline Teixeira de Carvalho, conhecida como Li Carvalho e que já atua como body piercer há cerca de oito anos, tanto em São Roque, quanto em São Paulo. Li se tornou conhecida em São Roque não apenas pela sua atuação na área, mas também por realizar o tratamento de pessoas que tiveram complicações ao passarem por procedimentos equivocados ou não realizados com os cuidados de saúde necessários. Um dos casos mais comuns atendidos pela profissional é a Pericondrite, uma a infecção do tecido que recobre a cartilagem da parte externa do ouvido e que é conhecida como “orelha de couve-flor” e que pode ocorrer.

“É uma das piores infecções que temos na cartilagem da orelha e que pode ocorrer por diversos fatores, pois até mesmo a inserção de uma peça pelo  ângulo errado pode acarretar complicações futuras”, comenta Li. 

Segundo a body piercer a quantidade de casos que recebeu em seu estúdio a incentivou a alertar a população sobre a necessidade de procurar apenas profissionais gabaritados na área e que tomem as medidas de saúde necessárias e exigidas por lei. “Muitas pessoas não conhecem a nossa profissão e assim acabam recorrendo a materiais de baixa qualidade e se submetendo a procedimentos que não são realizados com as medidas de segurança necessárias o que pode trazer grandes riscos à saúde”, comenta.

Pesquise sempre

Segundo a profissional, é importante que as pessoas que pretendem fazer um body piercing ou uma tatuagem, pesquisar sobre os profissionais a quem pretendem recorrer, pois atualmente através das redes sociais hoje podemos acompanhar o portfólio da pessoa, vendo os seus trabalhos anteriores e também os comentários dos seus clientes sobre eles.

Ir ao estúdio e ter contato com o profissional também é importante, pois além de conhecer o responsável pelo local, é possível ver o nível de higiene do estúdio e se ele está dentro da regularidade municipal. Ao entrar no estúdio o cliente deve ficar atento se o comprovante de cadastro do profissional e o laudo da vigilância sanitária estão à vista, capacitando ele a exercer a função na cidade. “É importantíssimo reparar se os materiais são armazenados da maneira correta, pois é seu direito como consumidor verificar se os produtos estão higienizados. Geralmente todo o aparato é montado na frente do cliente, não apenas para deixar claro o cuidado com a saúde, mas também nosso respeito pela pessoa”, completa.

Também é importante que a pessoa fique atenta se o profissional está utilizando luvas estéreis (não se usa luvas de caixinhas comuns) e se as joias e as ferramentas são esterilizadas em aparelhos específicos. Materiais dispendiosos e que as vezes elevam o custo do trabalho do profissional, mas que em contrapartida, oferecem mais segurança.

“Hoje temos pessoas que ensinam através do YouTube a se auto perfurarem, o que traz riscos enormes. Por isso incentivamos as pessoas a procurarem por profissionais adequados, afinal a pergunta que fica é: Quanto vale a sua saúde?”, completa.

Entretanto os cuidados com a segurança também devem ser verificados por órgãos competentes de fiscalização, que devem avaliar estes estabelecimentos e verificar se eles atendem os pré-requisitos de saúde e exigidos para o desempenho da profissão.

Vigilância sanitária fala sobre o caso

Nossa redação questionou a vigilância sanitária de São Roque para saber sobre as ações de avaliação especifica para estúdios na cidade. Em resposta, o governo são roquense informou que realiza a fiscalização dos estúdios que realizam procedimentos de tatuagem e body piercing na cidade e que a vigilância busca verificar se os estabelecimentos possuem condição sanitária para abrigar a atividade. Entre as fiscalizações estão a análise da origem dos produtos (que devem ser registrados perante a ANVISA), a adoção de práticas seguras durante os procedimentos e o descarte adequado dos resíduos gerados pelo serviço.

“É de extrema importância a monitorização destes estabelecimentos uma vez que a atividade neles desenvolvida pode implicar em transmissão de doenças veiculadas pelo sangue (HIV e Hepatites, por exemplo)”, informa o órgão.

De acordo com a Vigilância Sanitária, em 2018, foram lavrados 5 autos de infração para os estabelecimentos de tatuagem, dos quais dois resultaram em penalidade de advertência após a resolução dos apontamentos, dois foram concluídos com imposição de multa, e, um deles com a penalidade de interdição do estabelecimento.

“Neste ano seguimos com os ciclos de fiscalização e com as orientações junto aos profissionais da área, com orientações técnicas para aprimoramento das práticas, melhoria das condições dos espaços em que atuam, e, conscientização sobre práticas seguras de trabalho”, informou o órgão.


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