19/03/2019 às 14h25min - Atualizada em 19/03/2019 às 00h00min

Vídeo de boneca Momo alarma pais pelo Brasil

Vídeo incentivando atos suicidas gerou debate e preocupação nas redes sociais

Recentemente os vídeos de uma suposta boneca de olhos esbugalhados e feições aterradoras tem assustado pais e professores pelo Brasil. Os vídeos da conhecida boneca Momo estariam sendo veiculados em redes sociais e estimulariam as crianças a buscarem objetos cortantes em casa e a praticar atos suicidas.

O caso chegou aos trending topics do Twitter no Brasil e o assunto invadiu os grupos do WhatsApp direcionados a pais e professores, incluindo os utilizados por moradores de São Roque e região.

A preocupação dos adultos com relação ao caso não é apenas o conteúdo do vídeo sinistro, mas também o fato de que ele estaria sendo inserido dentro de conteúdo infantil, onde o vídeo para crianças é subitamente interrompido pelas mensagens do personagem e em seguida o conteúdo para menores volta a ser exibido.

As preocupações aumentaram devido a denúncias de que o vídeo estaria dentro de alguns conteúdos disponibilizados pelo Youtube Kids, plataforma da rede social com conteúdo para os pequenos e direcionado a crianças de até 13 anos.

A “origem” de Momo

É importante dizer que a conhecida boneca Momo não é uma boneca de verdade. A imagem do personagem é retirada de uma escultura japonesa que representa uma mulher-pássaro e que fez parte de uma exposição ocorrida em 2016 no distrito de Ginza, em Tokyo, no Japão.

Entretanto, a imagem da escultura passou a ser usada em vídeos que começaram a ser distribuídos inicialmente no México, onde pessoas eram estimuladas a se comunicarem através de códigos, enquanto eram expostos a mensagens de conteúdo violento e que estimulavam o suicídio.

O caso ficou mais grave quando uma versão da personagem passou a ser inserida em trechos de vídeos infantis, estimulando atos suicidas e que aparecem tanto na língua espanhola quanto inglesa.

Foram justamente estes vídeos que passaram a ser disseminados e geraram tanta preocupação nos pais brasileiros.

O vídeo está no YouTube Kids?

No Brasil o caso não ficou apenas nos grupos de discussão e, assim como em outros países, chegou as autoridades. O Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos (Nucciber), do Ministério Público da Bahia, começou uma investigação sobre o caso e notificou YouTube e WhatsApp, para pedir que eventuais vídeos sejam removidos das redes ou tenham seu compartilhamento restringido.

O caso ganhou tanta repercussão que o próprio YouTube se pronunciou sobre o assunto, afirmando que, até o momento, não foi encontrado vestígios de que o vídeo de Momo estivesse presente na rede. “Não encontramos nenhum vídeo que promova um desafio Momo no YouTube Kids. Qualquer conteúdo que promova atos nocivos ou perigos é proibido no YouTube. Se encontrar algo parecido, denuncie”, informou a rede social.

Desde modo, apesar de denúncias, até o momento não foi encontrado provas de que o vídeo estivesse no YouTube direcionado a crianças, porém o vídeo ainda pode ser encontrado em vídeos na plataforma principal e no WhatsApp.

Não propague o vídeo

Devido a maior parte da veiculação dos vídeos ocorrer através do WhatsApp, a rede social se torna o principal meio para que o vídeo ganhe força, afinal, além da divulgação feita por pessoas má intencionadas, os próprios pais, professores e responsáveis muitas vezes acabam ajudando na propagação do conteúdo ao repassar para outras pessoas notícias do vídeo ou o próprio material, como sinal de alerta.

Deste modo a recomendação é que as pessoas não propagem este tipo de material através do WhatsApp. No caso do Youtube, vale lembrar que o próprio site estimula que as crianças vejam o conteúdo da rede na companhia de responsáveis e caso qualquer indicio do vídeo apareça na plataforma, a denúncia deve ser feita.

Entretanto especialistas dizem que o diálogo com as crianças contra a mensagem do vídeo do que simplesmente tentar esconder os vídeos dos pequenos. “A internet não é um ambiente tranquilo e livre para o acesso, então o importante é conversar abertamente mesmo (com a criança) e se preciso mostrar a imagem, dizendo algo como ‘Olha, se você estiver vendo um vídeo e aparecer esta boneca, ela não quer o nosso bem e não está transmitindo uma mensagem boa”, diz a psicóloga infantil Amanda Grecco Fatah, em entrevista ao portal R7.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.