Morte de jovem com suspeita de leptospirose gera revolta em São Roque

A morte do  jovem Murilo de Abreu Pedroso, 21 anos, na madruga de quarta-feira (27)  gerou revolta da população de São Roque, pela forte suspeita de que ele  teria morrido de leptospirose, doença causada pela urina do rato. Segundo familiares que moram no bairro Volta Grande, um buraco se formou na lateral da rua Eugênio Benedito Pedroso há alguns meses e apesar dos constantes pedidos por parte dos munícipes, nenhuma ação foi tomada pela Prefeitura de São Roque com relação ao caso. Com o tempo e a falta de manutenção no local, o buraco foi aumentando até tapar o cano responsável pela captação de água da chuva, fazendo com que a água voltasse e alagasse a propriedade e a casa da família de Murilo, causando diversos danos.

No dia 12 de fevereiro durante um destes alagamentos, enquanto ajudava a família a tentar conter os danos na casa, o jovem acabou tendo contato com a água da enchente, porém só contou a família mais tarde que havia cortado o pé no dia.

Cerca de uma semana depois o jovem começou a reclamar de dores pelo corpo e apresentar febre. Segundo a mãe de Murilo, Valéria de Abreu Pedroso, preocupada que o rapaz pudesse ter contraído leptospirose ao entrar em contato com a água da enchente, acompanhou o filho no dia 23 a um hospital de Itapevi (na região de Amador Bueno). No dia foram feitos alguns exames, que foram levados a outro médico no mesmo local no dia 24.

O doutor afirmou que os exames estavam normais, mas devido a vermelhidão na garganta do jovem, foi receitado um remédio para a inflamação. Entretanto a situação de Murilo  não melhorou e assim novamente foi levado por familiares ao hospital de Mairinque, pois a Santa Casa de São Roque estava com muitos pacientes aguardando atendimento.

Em Mairinque  foi receitado soro e um medicamento para a dor, sendo liberado em seguida, entretanto não satisfeita com a situação, a mãe o encaminhou para o hospital de Itapevi, onde foi solicitado novos exames.

Na terça-feira o estado de saúde de Murilo atingiu um nível crítico e ao ser levado para Itapevi o jovem foi internado, porém não resistiu e veio a falecer na madrugada de quarta-feira (27).

A morte do rapaz, causou revolta em todos os familiares e conhecidos, principalmente pela situação dos alagamentos e o fato da mãe do rapaz ter falado sobre sua preocupação com a leptospirose a todos os médicos pelo qual o rapaz passou, sendo que apenas a médica que atendeu o rapaz durante sua internação, afirmou a Valéria que os sintomas indicavam que seu filho poderia estar com a doença.

Murilo foi sepultado na tarde de quarta-feira, gerando muita revolta em toda a família. No dia em que Murilo morreu a família ouviu os tratores da prefeitura trabalhando no buraco do local. “Seria cômico se não fosse tão trágico. Sai e pedi que eles parassem, que respeitassem minha dor, pois havia perdido meu filho”, informou Valéria a nossa redação, ao comentar que um Boletim de Ocorrência foi feito sobre a morte do rapaz para que a família pudesse ser informada se de fato ele teria contraído leptospirose e e ela não quer fazer qualquer acusação ou apontamento até que saiba qual foi a causa da morte do filho.

Prefeitura fala sobre o caso

Nossa redação entrou em contato com a Prefeitura de São Roque para abordar a situação do buraco no Volta Grande e a  morte de Murilo por suspeita de  leptospirose.

Em resposta o governo são-roquense, afirmou que o problema no local especificado aconteceu a aproximadamente  15 dias, onde devido às fortes chuvas e volume de água houve o rompimento de uma tubulação e desmoronamento de barranco.

 “A residência em questão fica abaixo do nível da rua e foi atingida pelas águas.  A Defesa Civil, Departamento de Obras e Fundo Social estiveram no local. Nos dias seguintes ao problema o Departamento de Obras deu início à intervenção, onde foi executada a desobstrução de toda a tubulação e uma vala para desvio da água. Com isso, as chuvas posteriores não voltaram a invadir as residências”, informou a prefeitura. Segundo o governo as obras na área ainda não foram concluídas por conta do tempo, uma vez que é necessário que o terreno esteja seco para a realização das outras etapas, que incluem caixa de captação e compactação de solo.

Sobre a morte de Murilo a prefeitura afirma que o paciente foi atendido no Município de Itapevi e, até o momento, a Vigilância Epidemiológica de São Roque não recebeu nenhuma notificação quanto à suspeita de Leptospirose. “No dia de ontem (27) a Vigilância Epidemiológica de São Roque entrou em contato com a Vigilância de Itapevi comprometeu-se em enviar um relatório detalhado do caso. O atestado expedido pelo IML de Osasco apontou como causa da morte infarto agudo do miocárdio. O Departamento de Saúde está concentrando esforços para buscar todas as informações referentes ao caso”, concluiu a prefeitura.

Entretanto uma coisa ainda é certa, a vida de Murilo se foi, deixando apenas um vazio gigantesco no coração dos familiares e daqueles que o conheceram. Um buraco tão grande quando o que ainda se encontra na Rua Eugênio Benedito Pedroso.