27/08/2018 às 11h44min - Atualizada em 27/08/2018 às 11h44min

População reclama de falta de atendimento e informação na Santa Casa de São Roque

JE acompanhou reclamações de pacientes que foram atendido pelo hospital

Da Redação: Rafael Barbosa / Carlos Mello - Foto: Arquivo JE
Da Redação: Rafael Barbosa / Carlos Mello - Foto: Arquivo JE

A redação do Jornal da Economia recebeu reclamações sobre problemas envolvendo o atendimento e principalmente a comunicação entre médicos e pacientes na Santa Casa de São Roque. O Jornalista Carlos Mello esteve no hospital atendendo a  pedido de pacientes que relataram total insatisfação com o serviço prestado pelo hospital.

Segundo informações do senhor André Prado, sua avó foi levada a irmandade no dia 17 com fortes dores abdominais e após horas de espera, ninguém lhe dizia o que a mulher tinha. “Procuramos um médico e ele fala que estão vendo outros casos, outro fala que precisa pegar o prontuário sobre a situação. É uma falta de consideração com o ser humano, pois só conseguimos ter respostas quando chamamos um veículo de comunicação “, afirmou ao jornalista.

Outro caso que chegou a nossa reportagem foi o da vendedora Viviane Teixeira da Silva, que deu entrada no hospital também no dia 17 com fortes dores abdominais. Viviane informou a nossa redação que já tinha ido ao hospital com as mesmas dores e liberada em seguida, porém ao procurar o hospital na ocasião lhe foi feito um exame que detectou apendicite.
Com a descoberta a vendedora informou que deu-se início a uma espera que durou horas, onde era levada entre setores do hospital e que ninguém lhe dizia quando seria operada. A mulher afirmou que embora ela e o marido questionassem sempre o que seria feito sobre o seu caso, ninguém lhe dava uma resposta, uma situação dificílima para uma mãe que teve seu filho a menos de um mês e que precisava alimentar o bebê apesar de enferma.

Na noite do dia 17 em que o jornalista Carlos Mello esteve na Santa Casa ouvindo as reclamações, a entidade informou que Viviane seria operada na manhã seguinte, já que não havia cirurgião no hospital.

A espera somente terminou no dia 18, quando a paciente  foi informada que seria operada a poucos momentos antes  de entrar na sala de cirurgia. Viviane passou pelo procedimento cirúrgico e foi liberada na segunda-feira (20), porém fala que sua experiência foi muito difícil. “Me senti humilhada, pois parece que estamos mendigando algo, quando nós temos direito de sermos bem atendidos”, informou a nossa reportagem.

O Jornal da Economia procurou a irmandade e segundo a provedora da Santa Casa, Leila de Oliveira Camilo a falta de informação aos pacientes acontece pelo grande volume de atendimentos no hospital e porque muitas vezes o caso necessita de um especialista, que precisa ser acionado pois não são da cidade. No caso de Viviane, Leila informou que como a situação da paciente não foi classificada como urgência, a cirurgia foi marcada para o outro dia, ocorrendo com sucesso e a paciente foi liberada após o período de recuperação.

Entretanto, fica a pergunta: porque a irmandade não conta com um grupo de médicos da cidade, que não apenas tivessem um vínculo com a população conterrânea, mas que também pudessem ser acionados mais rapidamente? “Atualmente os anestesistas e ortopedistas são da cidade. Queríamos que todos os médicos fossem do município, mas infelizmente não foi possível”, afirma Leila.
Segundo a irmandade o hospital a ter um grande número de especialistas da cidade, porém boa parte destes profissionais deixaram de atuar na irmandade pois não chegaram a um acordo financeiro com o hospital. Quando questionada se acionar médicos de outras cidades não atrapalharia o atendimento da Santa Casa, Leila afirmou que um médico pode ser acionado rapidamente em casos emergenciais para atender, caso a especialidade esteja na grade da Santa Casa.

Quando questionada se o hospital tem médicos para atender a uma demanda tão grande de pacientes Leila diz que os médicos realizam o atendimento, mas que esta não é um questão apenas da Santa Casa, mas sim também de uma deficiência na rede básica da cidade, sob a responsabilidade da prefeitura, o que faz com que um grande fluxo de pacientes procurem o hospital, que passa a atender em procedimentos que não seriam da sua alçada. “Mesmo que o hospital tenha a obrigação de atender casos de urgência e emergência não negamos atendimento aos pacientes que nos procuram”, finaliza
 


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