Após a divulgação da reportagem do Jornal da Economia sobre a infestação de aranhas ocorrida na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, na região central de São Roque, nossa redação foi procurada pela Bióloga e Especialista em Gestão Jimena Eneri Baroni Santiago, que afirmou que a espécie encontrada no local não é perigosa para os seres humanos.
“As aranhas descritas na reportagem divulgada esta semana se tratam de indivíduos da espécie Nephila clavipes, também chamada de Aranha do fio-de-ouro, que também possuem veneno, mas são inofensivas aos seres humanos. Estas permanecem durante todo o tempo em suas teias, extremamente resistentes, formando um grande armadilha para diversos insetos, que constituem sua principal fonte de alimentação”, afirmou.
Segundo a especialista, estas aranhas representam um grupo globalmente distribuído, que fazem suas teias, principalmente em áreas externas, próximo a borda da mata, árvores e rios, nos períodos secos e quentes do ano. De acordo com a biologia, a presença destes animais, próximos a área urbana demonstram a conservação de áreas verdes e da diversidade de espécies existentes na região, além das aranhas ajudarem no controle de insetos, já que são predadores de moscas, mosquitos, vespas e abelhas entre outros.
Jimena afirma que a presença de aranhas deve ser vista com cautela, principalmente dentro de residências, porém que não é necessário pânico já que, segundo especialistas em aracnídeos, apenas 2% das aranhas do mundo são perigosas ao homem, como a aranha armadeira (Phoneutria), a aranha marrom (Loxosceles), a caranguejeira (Lasiodora) e a viúva-negra (Latrodectus). Entretanto, a maioria das outras aranhas são inofensivas para as pessoas e assim é preciso que se tenha cuidado a lidar com elas, já que os aracnídeos são agentes importantes do ecossistema da sua região.
“A conservação de nossas ruas e praças é extremamente importante para a convivência nos espaços urbanos, com segurança e qualidade, mas também devemos pensar na riqueza que temos em nossa cidade, com áreas remanescentes da Mata Atlântica ainda preservadas em nossa volta e que precisamos respeitar”, conclui a bióloga.